Eu andava tranquilamente pra casa, tinha sido liberada do estágio para tratar da organização do meu casamento, nem acreditava que faltava menos de duas semanas e eu seria a senhora Thompson, coisa que eu desejo desde os 17 anos de idade. Agora eu tenho 22, acabei de concluir o sexto período da minha faculdade de música, meu sonho era seguir carreira até consegui uma bolsa na Royal Academy Of Music, que é o sonho de qualquer pessoa, mas tive que recusar mesmo com muita pressão dos meus pais, que se mudaram pra Londres depois que meu pai foi transferido e essa era a oportunidade de reunir minha família de novo, mas eu estava começando a construir a minha, tem cinco anos que eu namoro Sam e não poderia ir embora de Manchester e deixá-lo pra trás, ele não quis ir pra Londres comigo, disse que não podia largar tudo que construiu aqui, o trabalho na empresa do pai dele, para começar tudo de novo num lugar estranho. Confesso que fiquei triste, mas decidi ficar aqui com ele. Mesmo eu recusando a bolsa, eles me comunicaram que no momento que eu decidisse eu poderia ligar que a minha bolsa estaria disponível. Sim, eu tenho muita sorte, mas eu sei que isso não aconteceria, nada me tiraria de Manchester, eu estava em casa e feliz, estava com Sam.
Cheguei ao apartamento que dividia com Sam há dois anos, a contragosto dos meus pais, mas eles não me deixariam morar sozinha, porque seria a mesma coisa que nada, eu passaria o tempo todo na casa de Sam, então foi assim que convenci meu pai. Quando eu fui entrando, ouvi barulhos estranhos vindos do quarto, quando abri a porta me deparei com uma cena que não queria ter visto em nenhum momento da minha vida!
- SAM, O QUE É ISSO? – gritei já sentindo as lágrimas se formando. - COMO VOCÊ PÔDE? NA NOSSA CASA, NA NOSSA CAMA?
- Calma, Luinha, não é nada disso que você tá pensando, eu posso explicar!
- Explicar o que, Sam? Que eu não vi o que estava bem debaixo do meu nariz todos esses anos? Durante os cinco anos do nosso namoro, você enfiou a Sarah na sua casa e a esfregou na minha cara com desculpa idiota de serem amigos, e eu cega sempre acreditando em você! Como você pôde? – eu disse virando pra sair da casa.
- Lua, espera! – disse Sam segurando a porta na hora que eu ia fechando.
- Pelo menos vista uma roupa, Sam, ou volte pra cama e termine o que eu interrompi. Juro que não apareço mais aqui, não olho na sua cara e nunca mais me meto na história de vocês. Depois alguém vai passar aqui pra pegar minhas coisas.
Mas antes que eu conseguisse sair, Sam segurou meu braço e me fez olhar mais uma vez pro seu rosto, e ao encarar aqueles olhos verdes, os últimos cinco anos da minha vida passaram pelos meus olhos, eu os fechei por impulso, puxei meu braço da mão de Sam, tirei meu anel de noivado e joguei nele, e saí dizendo: - Sejam felizes!
Saí do prédio desnorteada, sem saber pra onde ir, me vi perdida, tudo aquilo que eu achava ser o mais certo da minha vida, tinha sido jogado fora numa traição desonesta, se é que existe uma traição honesta. Sem saber o que fazer, liguei pra uma das únicas pessoas que eu queria ver naquele momento.
- Oi, Luinha! Luinha, você tá aí? – perguntou Bella já preocupada do outro lado da linha.
– Bella, vem me buscar! – eu disse num sussurro, para não começar a chorar descontroladamente no meio da rua.
- Lua, o que aconteceu? Me diz, por favor? – perguntou Bella claramente nervosa. O que aconteceu com ela, Belinha? Ouvi Matheus, irmão da Bella, perguntar no fundo.
– Vem me buscar na casa do Sam que eu explico! – falar o nome dele foi mais difícil do que eu imaginava.
– Tá, chegaremos aí em 5 minutos no máximo. - Ouvindo isso, desabei na calçada.
Acho que quando passamos por um trauma muito grande, perdemos a noção do tempo, pois no que eu achei que fosse 1 segundo, Bella e Matheus já estavam me carregando pra dentro do carro, porque perceberam que eu não tinha condição de ir sozinha. Bella me sentou e perguntou:
- O que aconteceu com você, Sam te machucou? – enquanto perguntava, ela fazia uma geral pelos meus braços e pernas em busca de algum machucado. Lentamente levantei o olhar até encontrar os dois olhares suplicantes em cima de mim e bastou três palavras para eu ver Matheus entrar no prédio correndo:
- Sam. Sarah. Juntos.
Não sei como, mas segui Matheus junto com Bella, mas chegamos ao apartamento apenas no momento em que o punho do Matheus acertou em cheio o rosto de Sam e o fez cair no chão sem reação. Depois disso só lembro-me de flashes: eu caindo, Matheus me colocando no carro e Bella me abraçando no banco de trás, então fechei os olhos e me deixei vagar até a escuridão, desejando que o que tinha acontecido fosse apenas um sonho.
Capítulo 1
(n/a: Coloque pra tocar quando a letra começar)
Não sei como cheguei ao quarto da Bella e nesse momento eu nem quero saber, a única coisa que me importa agora é descobrir como eu pude ser tão ingênua todo esse tempo. Apenas uma pergunta passava em minha cabeça: Por que Sam fez isso comigo? Ele foi o meu primeiro namorado, meu primeiro amor, meu primeiro em tudo e eu estava disposta a ter apenas ele pela vida toda e descobri da pior maneira possível que tudo não passava de uma ilusão e que agora nada na minha vida mais importava. Quando consegui pensar novamente já estava escuro, abri os olhos devagar, pois eles já estavam ardendo de tanto chorar, encontrei Bella e Matheus sentados na minha frente, pelo o que eu pude perceber bem cautelosos, respirei fundo e disse:
- Há quanto tempo eu tô aqui deitada? – apontando para a janela, e tive nenhuma resposta - O que foi? - perguntei novamente.
- Estou esperando você começar a chorar de novo, você já fez isso umas três vezes. - dessa vez quem respondeu foi Matheus, rindo e recebendo uma cotovelada de Bella.
– Luinha, você tá melhor? – perguntou minha amiga visivelmente preocupada, eu devo tanto a Bella que quando isso acabar não sei como agradecê-la.
- Estou melhor, não vou mais chorar, não pelo Sam. – ao falar o nome dele uma dor estranha atingiu meu peito, então achei melhor nem repetir.
– Calma, Luinha, o Sam já teve a primeira lição, é só você falar que eu volto lá e ensino muitas outras. Eu não sei o que faria com ele se eu encontrasse com ele na rua, acho que não...
- Calma, Matheus, agora é você que precisa se acalmar. – interrompi antes que ele conseguisse matar Sam só pela força do pensamento – O problema do Sam é comigo, você não pode ficar se metendo em confusões por minha culpa, eu que tenho que... – foi a vez de Matheus me interromper.
– Luinha, você realmente acha que aquele babaca vai se safar depois de fazer isso tudo? Não mesmo, Luinha, parece que você não me conhece, acha mesmo que eu vou ficar quieto? Deixa eu cruzar com ele na rua. – olhei pra Bella e ela não se manifestou, então perguntei:
- Você não vai impedir? – ela me olhou meio chocada e respondeu:
- Luinha, eu odeio violência, mas nesse caso o Sam merece, se eu desse conta eu mesma bateria nele! – ela respondeu segurando um sorriso.
- Ok, vão procurar um tatame pra bater em alguém e me deixem um pouco sozinha, pode ser? Tenho que pensar no que eu vou fazer agora. – eles se olharam, concordaram e levantaram pra sair do quarto, mas antes de saírem eu falei:
- Belinha, você pode pegar minhas coisas na outra casa? Não quero ir lá, nunca mais na minha vida! – Bella me olhou, sorriu e disse:
- Matheus já foi lá e trouxe tudo o que é seu, tá tudo no antigo quarto dos meus pais, não me surpreenderia se Sam estivesse com o outro olho roxo. – olhou orgulhosa pro seu irmão e continuou – Luinha, você só vai encontrá-lo se quiser, fica tranqüila! – sorri e respondi:
- Muito obrigada, não sei o que seria de mim sem vocês, eu amo vocês! - eles sorriram, mandaram beijos e saíram do quarto.
Agora, Lua, é com você mesma, você tem que escolher: ou fica aqui morrendo aos poucos ou levanta a cabeça e segue em frente, por mais difícil que pareça! – Pensei comigo mesma, e realmente seria muito difícil. Não sei se ficar sozinha foi realmente uma boa opção, mas eu precisava pensar, mas agora sem ninguém pra me distrair, várias lembranças invadem minha cabeça.
Flashback On
You took my hand
Você pegou minha mão
You showed me how
Você me mostrou como
You promised me you'd be around
Você me prometeu que ficaria por perto
Uh huh, that's right
Aham, tá certo...
Minha primeira aula de matemática no segundo ano, e eu chego atrasada, não sou boa na matéria e não facilita as coisas um problema com o professor! – eu pensava e corria pelos corredores do colégio até parar na sala 214, respirar fundo e entrar. Claro que todas as cabeças viram em minha direção, juntamente com a do senhor Muller – Professor Muller, realmente eu tenho muita sorte! – bufei e pedi permissão para entrar, ele me olhou com cara de poucos amigos:
- Entre logo, senhorita Blanco, e sente nesta carteira, trabalharemos em dupla esse ano. – disse apontando para a penúltima carteira da fileira da direita.
Andei rapidamente para não chamar atenção e sentei, peguei minhas coisas e ouvi uma voz:
- Ele não vai muito com a sua cara, né? – virei e encontrei um lindo par de olhos verdes me encarando, era um menino extremamente bonito, com cabelos castanhos e um pouco de espinhas, normal pra idade, mas nada que tirasse sua beleza.
– Meu nome é Sam, e o seu? – disse ele com um belo sorriso no rosto.
– Lua. – respondi e nesse momento percebi que a aula de matemática se tornaria a minha preferida.
I took your words
Eu absorvi suas palavras
And I believed
E eu acreditei
In everything you said to me
Em tudo que você me disse
Yeah huh, that's right
É aham, tá certo...
- Luinha, meu amor! – disse Sam assim que abri a porta, ele estava com um urso enorme nas mãos, e sorriso enorme no rosto. – Feliz um ano de namoro e que tenha muitos outros pela frente, eu te amo tanto. – Eu o abracei apertado de respondi:
– Feliz um ano de namoro pra você também, eu também te amo muito, pra sempre!
If someone said three years from now
Se alguém dissesse daqui a três anos
You'd be long gone
Que você iria embora
I'd stand up and punch them out
Eu apagaria todos eles com um soco
Cause they're all wrong
Porque eles estariam errados
I know better, cause you said forever
Eu sei melhor que eles, porque você disse "para sempre"
And ever, who knew
E sempre, quem diria...
- Sam! Meus pais vão se mudar, eu não quero ir, quero ficar com você, por favor, me ajuda! – entrei gritando e chorando na casa de Sam.
– Calma, amor, vamos arrumar um jeito de você ficar, me deixa pensar! – ele disse me sentando em seu colo – Já sei! Você vem morar comigo! É perfeito! – disse ele com um sorriso encantador.
– Não sei se meu pai vai concordar, amor, você sabe como ele é com essas coisas. – eu respondi já imaginando a reação do meu pai.
– Amor, nós prometemos não deixar nada nos impedir de ficarmos juntos, ou é isso ou você vai embora. E também, você já tem 20 anos, não é mais uma menininha. – eu respirei fundo, sabia que ele tava certo.
– Tudo bem, vamos lá enfrentar a fera! – levantei o puxando pela mão.
Remember when we were such fools
Lembra-se quando nós éramos tão bobos
And so convinced and just too cool
E tão convencidos e tão, tão legais
Oh no no no
Oh não não não
I wish I could touch you again
Eu queria poder te tocar de novo
I wish I could still call you friend
Eu queria poder ainda te chamar de amigo
I'd give anything
Eu daria qualquer coisa
- Vem, amor, vamos dormir, tô cansada. – resmunguei, a rotina faculdade/estágio estava me matando.
– Pode ir na frente, já tô indo. – respondeu a Sam, sem tirar os olhos da televisão. Fui em direção ao quarto e no caminho apaguei a luz, quando me joguei na cama, percebi uma mensagem no teto, com aquelas tintas que brilham no escuro: “QUER CASAR COMIGO?". Quando li aquilo, levantei e corri até a sala, e lá estava ele ajoelhado com uma caixinha na mão, ajoelhei em sua frente e disse:
- Claro! É o que eu mais quero no mundo! – ele pegou minha mão, colocou o anel em meu dedo e o beijou, eu o abracei e ele me pegou no colo e saiu em direção ao quarto.
When someone said count your blessings now
Quando alguém disse seja agradecido
For they're long gone
Para aqueles que já não estão por perto
I guess I just didn't know how
Eu acho que eu não sabia como mesmo
I was all wrong
Eu estava totalmente errada
They knew better
Eles sabiam melhor que eu
Still you said forever
Ainda sim você disse "para sempre"
And ever, who knew
"E sempre", quem diria
Flashback Off
Quando acordei das lembranças, sequei minhas lágrimas e fiz uma promessa para mim mesma: Eu nunca mais vou chorar por alguém, nunca!. E colocando isso em minha cabeça, decidi o que iria fazer da minha vida: vou aceitar minha bolsa, só não sei como dizer isso pra Bella e pro Matheus... Depois de tudo isso eu vou simplesmente deixá-los pra trás? Mas se eu não for, vou ficar aqui podendo encontrar Sam pelas ruas, quem sabe com a Sarah, eles podem se acertar agora que eu saí do caminho. Depois de muito pensar vi que a minha escolha já estava mesmo tomada e era hora de encará-la, já que as aulas começariam em duas semanas, a mudança tinha que começar logo.
Capítulo 2
Desci as escadas procurando por meus amigos e segui as vozes até a cozinha, vi que estavam preparando algo pra comer, quando me viram entrando, analisaram meu rosto e não vendo vestígios de novas lágrimas, sorriram e me fizeram sentar.
– Luinha, tô fazendo o jantar pra você, sua comida preferida, espaguete. – eu não pude deixar de sorrir, espaguete não era a minha comida preferida e sim umas das únicas coisas que ela conseguia fazer que ficasse um pouco apetitosa, mas ela não precisa saber desses detalhes.
– Parece uma delícia! – disse sorrindo, e vi seu sorriso aumentar em resposta. Depois de jantar e ajudar Bella com a louça, eu resolvi falar logo minha decisão.
– Gente, eu preciso dizer o que decidi fazer da minha vida. Não posso continuar nessa cidade, nada mais me prende aqui a não ser vocês, vai ser muito difícil deixar vocês para trás, ainda mais depois de tudo que aconteceu hoje, mas eu resolvi finalmente aceitar a bolsa na Royal. – estranhei não ouvir nenhuma reclamação ou interrupção de um dos dois, até que Matheus falou:
- Luinha, se você não aceitasse essa bolsa agora, nós faríamos você aceitar. Você sabe que eu sempre fui contra você desperdiçar essa chance, pode ser a chance da sua vida. – eu confesso que fiquei aliviada, eles estavam aceitando muito bem.
– Ah! E não vá pensando que vai conseguir se ver livre de nós dois tão facilmente, você acha mesmo que eu vou ficar aqui, podendo viver numa cidade como Londres? Nunca ouviu falar da noite Londrina? – disse Bella gargalhando em seguida.
– Então vocês vão comigo? – perguntei não conseguindo conter minha emoção.
– Claro! E vamos o quanto antes, as aulas já vão começar e eu tenho que pedir minha transferência pra lá, mas nada que um agrado não ajude! – Matheus respondeu, ele e a irmã viviam em Manchester, mas os pais eram executivos nos Estados Unidos e todo mês mandavam duas boas mesadas para os dois.
– Mas não vai dar tempo de arrumar um lugar pra morar e fazer a mudança em duas semanas. – eu disse depois que vi o pouquíssimo tempo que restava antes das aulas.
– Luinha, nós temos um apartamento grande o suficiente pra nós três em Londres, nossos pais compraram e colocaram no nosso nome, acho que imaginando que um dia íamos acabar nos mudando pra lá. – disse Bella que também tava prestando atenção em um episódio de Supernatural que passava na televisão.
– Nossa, eu preciso dizer, vocês não existem! Que amigos deixariam tudo pra trás pra se mudar com outra pessoa? – eu disse emocionada.
– Não é qualquer pessoa, é você, Luinha, você é a nossa família! – disse Matheus me abraçando e puxando Bella também. – Vocês duas têm cinco dias pra organizar a mudança e deixem as transferências comigo.
E ficamos jogados no sofá vendo televisão por mais um bom tempo naquele dia, um dia cheio de mudanças pra mim e não imaginava que só estava começando.
Cinco dias depois, já estávamos com tudo pronto e partindo para Londres, estávamos terminando de levar todas as malas pra fora e Matheus já estava lá encostado em seu carro, só esperando por nós duas, olhando bem consegui entender o porquê do sucesso que ele tem com as meninas, ele estava com um wayfarer preto, um casaco cinza de gola v, um jeans escuro e um tênis impecavelmente branco, quando saímos da casa ele veio até nós, pegou nossas últimas malas, colocou-as no carro e perguntou:
- Prontas para Londres? – mostrando o sorriso que eu amava.
- Eu tô mais que pronta! - respondi entrando no carro, olhei para casa deles que tinha sido a minha nos últimos cinco dias.
Pude ver Bella olhando pra sua agora antiga casa e pensei no que eles estavam deixando pra trás, mas eles me garantiram que também seria bom para eles sair de Manchester, então tirei o peso da minha consciência. Quando Matheus finalmente saiu com o carro, sabendo que seria uma longa viagem, tirei meu porta-cds da minha bolsa e estendi o cd do Paramore para o Matheus colocar e fomos grande parte do caminho, cantando e berrando.
- Matheus, nós tínhamos que vir de carro mesmo? Não poderíamos pegar o trem? Sei lá, é tão desconfortável! – disse Bella choramingando.
- Hey, não chame meu carro de desconfortável, ninguém nunca reclamou dele, é só você trocar com a Luinha e deitar um pouco lá atrás, o que você acha?
- É, pode adiantar, se importa, Luinha? – ela perguntou.
- Claro que não. Matheus, pára aí no acostamento. – eu respondi. Matheus acenou com a cabeça parando o carro.
Foram, mais ou menos, quatro horas tranqüilas de viagem, até pararmos em um lindo prédio, o hall de entrada era enorme e muito bem decorado, fomos até o elevador carregando o que conseguimos e vi Bella apertar o décimo andar. Quando a porta do elevador abriu, não me deparei com um saguão e sim com o próprio apartamento, o encarei boquiaberta vendo como era grande, a sala era em conjunto com a cozinha, tinha uma parede de vidro que proporcionava uma vista incrível. Os irmãos entraram sem admirá-lo e pararam de frente pra mim, e Matheus perguntou:
- O que você acha, não é incrível? – disse ele sorrindo.
- É mais que incrível, é maravilhoso! – respondi ainda atordoada.
- É todo seu também, não se esqueça! – disse Bella piscando. – Só porque somos bonzinhos, vamos deixá-la escolher o quarto primeiro. – ela disse apontando pro corredor. Segui o corredor abrindo a primeira porta, era uma suíte enorme com uma janela pra piscina do prédio, imaginei que Matheus ia gostar de olhar as menininhas na piscina, então saí e fui para o próximo, era grande igual ao outro, mas a janela dava pro jardim, achei lindo, mas saí para ver o último, quando eu entrei sabia que tinha que ser aquele, ele era do mesmo tamanho que os outros, mas tinha uma sacada com uma vista mais do que linda. Voltei para a sala e disse qual tinha gostado, Bella riu e disse:
- Eu sabia que você escolheria aquele, por causa da sacada. Você sabe que eu te conheço mais do que você mesma às vezes, né?
- Às vezes, só às vezes? – perguntei rindo.
Demoramos cinco dias pra organizar tudo, porque esperamos muitas coisas chegarem de Manchester, então com tudo pronto, resolvi visitar meus pais, mas acabei indo sozinha porque Bella resolveu ir ao mercado e carregou Matheus junto. Eu não sei dizer o tamanho da felicidade dos meus pais desde o momento que falei que ia pra Londres, claro que eles falaram que eu deveria morar com eles ou até mesmo sozinha, mas eles amam meus amigos como filhos. Poupei toda a verdade deles, disse apenas que meu noivado terminou por confronto de idéias, e pude perceber que meu pai ficou muito contente. A surpresa toda foi o presente de boas vindas que eles me deram, eles disseram que seria meu presente de formatura, mas como eu precisaria de um meio de transporte nessa cidade enorme, eles simplesmente compraram o carro que eu sempre sonhei, agradeci muito e voltei pra casa já no meu novo “brinquedinho". Quando viu meu carro, Bella ficou louca, ela sempre quis um carro desse, mas como eu sempre disse que iria comprar um, nunca a deixei comprar.
Quando meu despertador começou a tocar me dei contra que já era o primeiro dia de aula e eu nem consegui aproveitar a cidade, todos os dias que decidíamos sair, um dos três pegava no sono antes de todos estarem prontos, mas eu tinha que encarar a realidade, pulei da cama e em trinta minutos estava pronta para a aula, passei nos quartos e eles já estavam vazios, chegando no fim do corredor já pude sentir o cheiro do café e os sinais de fome já eram evidentes, Bella e Matheus começariam na faculdade hoje também, Bella faz jornalismo e Matheus arquitetura, ambos na Universidade de Londres, como eu. Quando estávamos todos prontos, seguimos para a aula, cada um estudava em um prédio diferente, mas Bella foi com Matheus e eu segui pro meu carro:
- Boa aula pra vocês, estou tão ansiosa! É estranho começar assim no meio do semestre, todo mundo já se conhece, eu vou chegar lá e ficar sozinha. – eu disse olhando pra Bella.
- Calma, Luinha, você vai se enturmar rápido, esse pessoal de música faz amizade tão rápido que daqui a pouco você vai fazer várias amizades, vai até esquecer da gente. – disse Bella fazendo bico.
- Hey, eu nunca vou esquecer vocês, entenderam? – disse mandando um beijo.
Quando cheguei ao meu prédio, respirei fundo antes de entrar, fui até a secretaria pegar meus horários e vi que já estava atrasada, corri para minha primeira aula, Canto Coral, entrei na sala e vi que ainda não tinha professor na sala. Sentei-me em uma das cadeiras do auditório, e vi quando duas meninas sentaram perto de mim.
- Olá, você é nova aqui, né? Sou Mel Fronckowiak, mas pode me chamar de Melzinha. – disse a menina de cabelos curtos e sardas.
- E eu sou a Sophia Abrahao, mas pode me chamar de Soph. – disse a menina de cabelos longos e pele branquinha.
- Sim, sou nova aqui. Eu sou Lua Blanco, mas podem me chamar de Luinha – disse retribuindo o sorriso. E assim ficamos juntas até a aula começar e após dela também.
- Luinha, posso ver o seu horário? Eu e a Soph fazemos todas as aulas juntas. – disse Melzinha animada, e entreguei meu horário a ela, que olhou e respondeu: - Nós fazemos todas as aulas com você também, legal, né?
- Muito legal! É bom conhecer alguém nas aulas, ainda mais vocês! – respondi sinceramente.
Depois das aulas fomos almoçar juntas, descobri várias coisas sobre elas, elas eram amigas desde sempre e se mudaram juntas para Londres para fazer a faculdade, assim como eu. Moravam juntas num apartamento perto do meu. Sophia namorava um menino chamado Micael, que tinha uma banda que já fazia sucesso, mas nem me atrevi a perguntar muito, eu saberia melhor quem era depois mesmo, Mel estava solteira, mas tinha uma paixão secreta pelo baixista e nunca deixou a Soph tentar ajudar em qualquer coisa.
- Luinha, vamos num pub hoje? Quero te apresentar o Micael e os amigos dele. – disse Soph olhando para Melzinha quando citou os amigos do Micael.
- Mas hoje é segunda, tem aula amanhã. – eu respondi meio confusa.
- Nós vamos ficar só um pouquinho, por favor! Você mesma disse que não saiu ainda, vamos, vamos, por favor! – disse Melzinha quase pulando no meu pescoço.
- Tudo bem, mas eu posso levar meus amigos? – perguntei para elas.
- Claro, devem ser super legais pelo jeito que você falou deles. Oito horas lá no Pub, fica nesse endereço. – disse Soph me entregando um papel.
- Tudo bem então, até mais tarde! – eu disse dando um beijo em cada uma.
Quando cheguei em casa, Matheus e Bella já estavam lá, eles me contaram sobre as amizades que fizeram e eu sobre as minhas e disse sobre o convite pra ir ao pub e eles aceitaram na hora. Faltando meia hora para a hora combinada eu já estava pronta, apenas esperando Bella, como sempre. Fomos no carro do Matheus, porque o tempo resolveu esfriar de verdade. Ao chegar ao pub vi Soph e Melzinha de longe, e fui em direção à mesa puxando meus amigos, quando estava chegando perto fiquei surpresa, como não liguei os nomes, a Soph, Sophia minha nova amiga era namorada do Micael, o Micael do McFLY. E agora os seis estavam na minha frente me olhando com sorrisos nos rostos. Fui em direção à mesa e disse:
- Oi, Melzinha, oi Soph! – as cumprimentei com dois beijos e apresentei meus amigos. – Esses são Matheus e Bella.
- Eu já conheço eles, Luinha. – disse Matheus indo em direção à mesa e cumprimentando os meninos, se apresentando para as meninas e sentando-se à mesa.
Eu o encarei confusa, olhei para Bella e a sua expressão era o espelho da minha, então ela deu de ombros e foi cumprimentar o pessoal e se sentou também, então foi minha vez, fiz o mesmo que os dois e sentei na cadeira vaga entre Melzinha e o vocalista da banda, Thur. A conversa foi fluindo até que grupos foram formados, Matheus, Bella e Igor conversavam animadamente, Mel e Chay conversavam baixo e logo levantaram da mesa dizendo que iam comprar bebida, mas algo me dizia que era apenas uma desculpa. Sophia e Micael se engoliam, então restou Thur para conversar comigo. A conversa foi bem diversificada até eu dizer que era estudante de música e que também queria ser cantora.
- Sabia que às segundas e sextas feiras, o pub abre o microfone pra quem quiser cantar? Acho que hoje ninguém se candidatou, então você podia ir lá e mostrar o seu talento. – disse Thur, destacando bem a palavra talento. Eu fiquei o encarando, esperando ele dizer que era brincadeira, então ele disse:
- Tá com medo de se sair mal? Acho que você não consegue cantar pra tanta gente assim. – ele disse rindo. Eu odeio que duvidem de mim, ainda mais uma pessoa que eu mal conhecia.
- Tudo bem, eu vou. – eu disse levantando da mesa. – Acho que não disse, eu odeio que duvidem de mim. - Fui até o palco e perguntei a um rapaz que estava no palco:
- Oi, o que eu preciso fazer pra cantar aí em cima?
- Só subir e pegar o microfone e se souber tocar o violão, pode usar também. – disse o rapaz sorrindo. – Meu nome é Ralf. – ele disse estendendo a mão.
- Lua. – eu disse apertando. – Então, Ralf, acho que eu vou cantar. - Tentei pensar em uma música pra cantar, mas nenhuma realmente boa veio à minha cabeça. Peguei o violão, sentei no banquinho e disse:
- Boa noite, pessoal, eu vou cantar uma música pra vocês hoje. – quando eu disse isso, as sete pessoas da mesa dos meus amigos viraram em minha direção e uma ficou me olhando desafiadoramente. – E ela vai ser em homenagem a umas pessoas que eu conheci hoje. – Quando os primeiros acordes saíram do violão, os olhos que antes eram ameaçadores se tornaram confusos, e eu pude ver que a minha escolha tinha o surpreendido, acho que do mesmo jeito que não gostam que duvidem de mim, Arthur não gostava de ser surpreendido.
Capítulo 3
(n/a: Coloque pra tocar quando a letra começar)
Eu não sabia muito bem o que fazer, nunca tinha cantado essa música em público, mas eu sabia muito bem o motivo que levou o Arthur a escrever essa música, e eu queria ver se conseguia mexer com ele, e pela cara que ele fez, vi que tinha conseguido.
I wish I could Bubble Wrap my heart,
Gostaria de poder embrulhar meu coração em plástico bolha
In case I fall and break apart,
Em caso de eu cair e quebrar
I'm not God I can't change the stars,
Eu não sou Deus, eu não posso mudar as estrelas
And I don't know if there's life on Mars,
Eu não sei se existe vida em Marte
But I know you're hurt,
Mas eu sei que você está magoada
People that you love and those who care for you,
Pessoas que você ama e aqueles que se importam com você
I want nothing to do with the things you're going through.
Eu não quero ter nada a ver com as coisas pelas quais você está passando
Enquanto as palavras saíam da minha boca, eu podia sentir o que cada uma delas fazia com ele, porque eu também sentia as mesmas coisas, ele teve um amor não correspondido, e eu, eu não sei explicar bem o que eu tive, mas eu não podia parar de cantar, ele quis me desafiar não quis, agora vai ter que arcar com as conseqüências.
This is the last time,
Essa é a última vez
I give up this heart of mine,
Eu desisto desse meu coração
I'm telling you that I'm,
Estou te dizendo que eu sou
A broken man who's finally realised,
Um homem quebrado que finalmente percebeu
You're standing in moonlight,
Você está em pé sob o luar
But you're black on the inside,
Mas você é negra por dentro
Who do you think you are to cry?
Quem você pensa que é para chorar?
This is goodbye.
Isso é adeus
I'm a little dazed and confused,
Eu estou um pouco tonto e confuso
Life's a bitch and so are you,
Mas a vida é um lixo e você também
All my days have turned into nights,
Todos os meus dias viraram noites
Cos living without, without, without you in my life,
Porque vivendo sem, sem, sem você na minha vida
And you wrote the book on how to be a liar,
E você escreveu o livro sobre como ser uma mentirosa
And lose all your friends,
E perder todos os seus amigos
Did I mean nothing at all?
Eu não signifiquei nada?
Was I just another ghost that's been in your bed?
Eu fui só outro fantasma que esteve na sua cama?
Quando cantei essa parte da música vi que tinha sido a escolha perfeita, parece que alguém tinha ouvido minha história e escrito a música, nenhuma outra poderia descrever tudo que passei nas últimas semanas. Pude ver Arthur me encarando incessantemente, parecia que aquele olhar... Que aqueles olhos castanhos queriam entrar em minha mente e decifrá-la pra saber o motivo da escolha daquela música, justamente aquela.
This is the last time,
Essa é a última vez
I give up this heart of mine,
Eu desisto desse meu coração
I'm telling you that I'm,
Estou te dizendo que eu sou
A broken man who's finally realised,
Um homem quebrado que finalmente percebeu
You're standing in moonlight,
Você está em pé sob o luar
But you're black on the inside,
Mas você é negra por dentro
Who do you think you are to cry?
Quem você pensa que é para chorar?
This is goodbye.
Isso é adeus
De repente Arthur se levantou e veio andando em direção ao palco, pediu um microfone ao Ralf, subiu ao palco e começou a cantar junto comigo.
Turn on the radio honey,
Ligue o rádio, querida
Cos every single sad song you'll be able to relate,
Porque cada música triste tem a ver com você
This one I dedicate!
Esta eu dedico!
Don't get all emotional baby,
Não fique toda emotiva, querida
You can never talk to me your unable to communicate!
Você nunca pode conversar comigo, você é incapaz de se comunicar!
This is the last time,
Essa é a última vez
I give up this heart of mine,
Eu desisto desse meu coração
I'm telling you that I'm,
Estou te dizendo que eu sou
A broken man who's finally realised...
Um homem quebrado que finalmente percebeu...
This is the last time,
Essa é a última vez
I give up this heart of mine,
Eu desisto desse meu coração
I'm telling you that I'm,
Estou te dizendo que eu sou
A broken man who's finally realised,
Um homem quebrado que finalmente percebeu
You're standing in moonlight,
Você está em pé sob o luar
But you're black on the inside,
Mas você é negra por dentro
Who do you think you are to cry?
Quem você pensa que é para chorar?
This is goodbye.
Isso é adeus
Quando a música acabou, Arthur agradeceu os aplausos, se aproximou e disse:
- Devo dizer que você me surpreendeu duas vezes essa noite e eu admito que eu odeio isso, odeio não saber o que vão fazer, eu acho que não começamos bem...
- Não começamos bem o que exatamente? – perguntei confusa.
- Não sei, só sei que não começou bem. – disse Arthur rindo. – Você cantou essa música porque sabe o motivo que me levou escrever essa música ou foi apenas uma escolha aleatória? Acho que eu sei a resposta, mas eu quero ouvir você dizer!
- Não acha melhor descermos do palco antes?
- É, é melhor mesmo! – disse Arthur sorrindo torto.
Caminhamos até a mesa dos nossos amigos e ao chegar percebi os meninos da banda me olhando impressionados.
- A Soph me fala que algumas meninas da turma dela cantam bem, mas eu não pensei que fosse tão bem assim. Lua, sua voz é linda! – disse Micael.
- Micael, não exagera, por favor! – eu respondi corando.
- Ah! Lua, não precisa ficar vermelha. – disse Matheus me jogando uma bolinha de papel de guardanapo. – Eu sempre disse que você canta bem e você nunca ficou com vergonha.
- Matheus, é diferente! Eu te conheço, sei lá desde sempre, ele não. – respondi.
Entre todos os outros elogios, conversas e brincadeiras, Arthur se aproximou de mim e me puxou para o bar.
- Por que você me trouxe pra cá? – perguntei confusa.
- Você me deve algumas explicações, lembra? – respondeu Arthur. – E naquela mesa ia ser praticamente impossível.
- Ah! Sim. O que você quer tanto saber? – perguntei impaciente.
- Quero saber por que você cantou justamente aquela música, foi só pra me irritar? – perguntou Arthur rindo. – Tenho que admitir que você quase conseguiu, mas eu não posso ficar irritado com uma garota tão linda como você!
- Nossa, Arthur, se você me trouxe aqui pra tentar dar em cima de mim, você deveria melhorar suas cantadas, essa foi péssima! – eu respondi já voltando para a mesa. – Ah! E eu não escolhi aquela música para te irritar. Tá, eu confesso que foi pra isso também, mas eu sei toda a história por trás dela e eu apenas me identifico com ela.
Voltei para a mesa deixando Arthur sozinho no bar, mas ao olhar pra trás, ele já tinha arrumado uma companhia, e eu imaginei se era todo dia assim, uma nova “namoradinha" toda noite, se os boatos sobre ele são verdadeiros, seria sim. Tomei mais algumas cervejas com o pessoal e acabamos perdendo a hora. Quando já passava da meia noite resolvemos ir embora, Arthur já tinha sumido com a loira do bar, Mel e Chay sumido juntos, o que é muito bom por sinal, e Matheus também, deve ter arrumado uma acompanhante para essa noite, como sempre. No caminho até a porta, ouvi alguém chamar meu nome, era Ralf, o rapaz que estava perto da aparelhagem de som.
- Eu fiz alguma coisa errada? Quebrei o violão? – perguntei rindo.
- Não, não é isso. – Ralf respondeu rindo também. - Ross, o dono daqui, gostou muito da sua apresentação e ele tá procurando alguém que possa cantar aqui toda sexta-feira e queria saber se você estava interessada.
- Nossa! Eu não sei nem o que dizer. É claro que eu quero! Quando eu posso falar com ele? – respondi.
- Na quinta-feira você passa aqui e vocês conversam, tudo bem? – perguntou Ralf.
- Tudo bem, eu passo aqui! Obrigada, Ralf. – respondi com um belo sorriso no rosto.
- De nada. – disse Ralf voltando para o balcão.
Todos adoraram a novidade e disseram que estarão lá todas as semanas, que eu não precisava me preocupar que tudo daria certo, e tudo aquilo que se fala para motivar as pessoas. Chegando em casa fui direto pro banho pra cair na minha cama, eu sabia que teria mais um dia cheio na faculdade no outro dia.
Quando cheguei à faculdade encontrei minhas amigas e Melzinha com um enorme sorriso no rosto.
- Eu acho que eu te dou sorte. – eu disse quando me aproximei dela.
- Me dá sorte? Lua, você é o meu pé de coelho, meu trevo de quatro folhas e todas as outras coisas que dão sorte juntas. O Chay simplesmente me beijou e assim ficamos a noite toda. – disse Mel sem conseguir conter sua felicidade.
- E então, foi só ontem ou vocês vão continuar juntos? – perguntou Soph se juntando à conversa.
- Acho que vamos continuar, pelo menos foi o que ele me disse ao me deixar em casa ontem. – respondeu Mel.
- Ah! Pensei que você fosse voltar pra casa só de manhã. Pensei que alguém mais fosse se dar bem ontem. – disse Sophia morrendo de rir.
- Soph, você sabe que eu não sou assim! E também ia ser estranho se rolasse mais alguma coisa ontem e depois não rolasse mais nada. – respondeu Mel.
- Eu acho que não ia ser estranho, mas pelo o que você disse, vão ter outras chances de vocês se darem bem.
- Tá, o professor tá entrando, e esse professor de piano é um mal amado, todo estressado. – disse Mel.
- Melzinha, depois da noite de ontem, todos nós estaremos estressados por não estar com um sorriso igual ao seu no rosto. – disse Sophia rindo e em seguida se sentando em seu lugar na aula.
As aulas foram rápidas e assim pudemos logo conversar mais sobre a noite de Mel e Chay. Eu contei a ela sobre a proposta pra cantar no pub e, assim como todos os outros, ela adorou a notícia.
- Luinha, eu não queria ser intrometida, mas já sendo, o Aguiar tava te cantando ontem? – perguntou Sophia reprimindo um sorriso.
- Eu acho que tava, mas ele veio com um papo tão horrível que eu cortei logo. Sei lá, ele não faz o meu tipo, ele é galinha, prepotente, abusado, mal educado, daquele tipo que nem te responde quando você cumprimenta.
- Ele é absolutamente lindo! – disse Mel. – Luinha, eu sempre gostei do Chay, mas eu não sou cega, o Arthur é lindo, sempre foi!
- Mas não faz meu estilo e eu não quero namorar agora, vocês sabem tudo o que eu passei! – respondi.
- Ninguém aqui tá falando de namorar, só estamos falando de dar uns beijinhos às vezes, não faz mal, faz? E você vai ter que seguir com a sua vida, Luinha, não pode perder mais tempo por causa do Sam. – disse Sophia.
- Eu sei que eu preciso seguir com a minha vida, quando eu estiver pronta eu vou arrumar um namorado, mas pelo menos um ‘caso’ eu arrumo da próxima vez que sairmos, tudo bem? – eu respondi.
- E será que tem alguma chance desse “caso" ser o Thur? - perguntou Mel.
- Melzinha, esquece isso! Esquece o Arthur. – respondi já irritada.
Claro que não tem chance de ser o Arthur, prepotente e galinha do jeito que ele é, não tem chances comigo, mas se for só uns beijos pode até ser, né... Não, Lua! Não pode, tira ele da sua cabeça!
Capítulo 4
Duas semanas depois de ter conversado com Ross, estava tudo certo e eu começaria a tocar naquela semana, confesso que eu não sabia muito bem como eu me sairia, mas eu estava ensaiando sempre e criei uma playlist bem básica, com músicas conhecidas e que eu sabia cantar de trás pra frente, se fosse necessário.
- Hey, vocês dois. – eu disse chegando à sala, encontrando Matheus e Bella jogados no sofá e me jogando também. – Vocês vão amanhã, né? Preciso de vocês lá.
- Você acha que eu vou perder e chance de ver o Igor? – disse Bella rindo.
- Ah, sua safada, você vai só por causa dele? – eu disse lhe dando um tapa
- Ai! Calma, tava só brincando. – ela respondeu rindo.
- Tudo bem então, vou dormir que amanhã meu dia é cheio, beijos. – disse levantando e seguindo para o meu quarto.
Acordei muito bem no outro dia, tomei meu café da manhã com meus amigos e segui para a faculdade, depois das aulas eu iria ensaiar com Mel e Sophia e elas confirmaram que os meninos também iriam ao pub me ver cantar.
Nessas duas últimas semanas eu passei muito tempo com os meninos e criei uma amizade com Micael; Chay e Igor estavam cada vez mais próximos conforme eles iam se envolvendo com minhas outras amigas - sim eu peguei Igor e Bella se beijando na cozinha da casa da Sophia – então eu passava muito tempo na casa da Sophia com eles, Arthur aparecia às vezes e sempre pra me perturbar, então quando ele não estava era muito melhor pra mim.
- Vamos, gente, eu quero chegar lá cedo! – eu disse andando de um lado para o outro na sala.
- Calma, Luinha, temos tempo ainda, a Bella quer ficar linda para o Igor, só Deus sabe o que eles planejaram pra essa noite. – disse Matheus chegando à sala e sentando no sofá.
- Pronto, vamos? – disse Bella chegando à sala.
- Nós vamos a pé? Sei que vamos beber hoje mesmo, e o pub é aqui do lado praticamente. – disse Matheus quando estávamos entrando no elevador.
- É, acho melhor irmos a pé mesmo. – respondeu Bella e eu concordei com a cabeça.
Chegamos ao pub uma hora antes da hora marcada da minha apresentação, sentamos numa mesa perto do palco e alguns minutos depois chegaram Soph, Melzinha, Micael, Chay e Igor. Sentaram-se à mesa e começamos a conversar, e quando olhei a hora, faltavam apenas dez minutos.
- Grande noite, hein, Luinha! – disse Igor, sorridente.
- E nem precisa ficar nervosa, você e todo mundo sabe que você consegue, só vai lá e mostra pra quem não sabe, então eles também ficarão sabendo. Vocês entenderam ou eu me enrolei? – disse Chay confuso.
- Eu entendi, Chay, e obrigada pelo apoio. Obrigada a todos vocês. – eu respondi. – Vou pro palco ajeitar o violão e ver com o Ralf se tá tudo certo. Vejo vocês depois.
- Boa sorte! – gritaram todos quase ao mesmo tempo.
Como todos eles já tinham falado, minha primeira apresentação foi tranqüila, todos adoram, aplaudiram e cantaram junto algumas músicas que cantei. Voltei para a mesa satisfeita com meu trabalho e decidi que era hora de comemorar, afinal já faziam umas 3 semanas que eu chegara a Londres e nenhum dia eu realmente me diverti, não que eu precisasse de bebida pra isso, mas um porre não faz mal a ninguém. Rodadas e mais rodadas de cerveja, vodca e outras bebidas que eu não sabia o nome passaram pela mesa e eu não recusei nenhuma. Levantei para ir ao banheiro e no caminho alguém me puxou pelo braço.
- Bela apresentação, você leva jeito mesmo! – disse Arthur sorrindo.
- Obrigada! – respondi confusa, ele nunca era simpático comigo. – Por que você não tá lá na mesa com o pessoal?
- Eu cheguei na última música e eu meio que tô acompanhado aqui. – ele respondeu apontando pra mesa.
- E por que ela não pode ficar lá?
- Você já viu eu levar alguém pra sentar com todo mundo na mesa? – ele perguntou, e era verdade, ele nunca levava as “amiguinhas" dele pra sentar conosco.
- Então tudo bem, eu preciso ir ao banheiro. – disse isso me virando rápido e fazendo tudo girar.
- Wow, alguém aqui tá mal. Pensei que você fosse do tipo certinha que não bebe, não faz nada! Por que eu não tô sozinho? – disse Arthur rindo.
- Eu sou do tipo que não tem nada com caras como você. Nem bêbada eu teria algo com você, você nunca vai ter nada comigo. – disse rindo da cara dele. Ele se aproximou do meu ouvido e disse:
- Nunca é uma palavra muito forte, não acha? – deu um beijo no meu rosto e voltou pra sua mesa.
Garoto babaca, quem ele pensa que é? pensei ao entrar no banheiro, Certinha? Ele vai ver quem é certinha!. Saí do banheiro e fui pra mesa e puxei a primeira pessoa que vi pra dançar. Matheus me seguiu e, pelo jeito que andava, vi que não estava em melhores condições que eu. Depois de muitas músicas, Bella veio até nós dizendo que eles estavam indo e que ela ia pra casa do Igor, eu disse que depois ia pra casa com o Matheus, ele apenas acenou com a cabeça. Mais algumas músicas depois decidi que era hora de beber mais alguma coisa, pensei em um refrigerante, mas ao chegar ao bar, vi uma linda garrafa de tequila, pedi dois copos, limão e sal e começou o “vira-vira". Depois de umas cinco doses de tequila, eu quase não me agüentava em pé e Matheus também.
- Acho melhor irmos pra casa, né? – perguntei meio enrolado.
- Também acho!
No caminho até a porta vi Arthur me olhando da sua mesa, com um sorriso no rosto, aquele que surge toda vez que eu o surpreendo. Quando saímos, a temperatura tinha caído consideravelmente, então Matheus teve a péssima idéia de correr até em casa, eu sinceramente não sei como não caímos e ficamos pelo meio da rua mesmo, mas conseguimos chegar em casa. Só conseguimos cair juntos no sofá, e começamos a rir, por qualquer besteira.
- Luinha, você acredita que eu não fiquei com ninguém hoje! Isso é raro.
- Ah, pára de se gabar, eu não fico com ninguém desde que eu terminei meu noivado, você tá no lucro.
- Você não ficou com ninguém porque não quis, você sabe muito bem. – respondeu Matheus, encostando a cabeça no sofá.
- Eu sei é que eu não encontrei ninguém que valesse a pena, só isso. – respondi dando de ombros.
- Ah, Luinha! Esse tempo de achar alguém que valha a pena já passou, você tem que aproveitar a vida, aproveitar todos os momentos, senão você vai ficar velha e se lamentando por não ter aproveitado. Mas que papo mais sério pra depois de tanta bebida. – disse Matheus rindo.
- Aproveitar a vida, tá aí, é o que eu vou fazer a partir de agora!
Acordei acabada no outro dia, parecia que a minha cabeça ia explodir, rolei na cama pra ver a hora e senti alguém ao meu lado, levantei assustada e aquele não era o meu quarto, era o quarto do Matheus e pra piorar eu estava apenas de calcinha e sutiã, puxei o lençol e Matheus estava apenas de boxers. Fui lembrando poucas coisas que tinham acontecido, lembrei de uns beijos e nada mais, acordei Matheus que parecia tão acabo quanto eu.
- O que foi? Por que você tá de calcinha no meu quarto? – perguntou Matheus confuso. – E eu só de boxers? Você dormiu aqui?
- Dormi. – respondi confusa. – Por favor, me diz que você lembra de alguma coisa.
- Não lembro de nada, só lembro de, de te beijar. – disse Matheus assustado. – Você acha que a gente...
- Não sei, eu espero que não. – eu respondi. – Vou pro meu quarto antes que alguém chegue, e que isso nunca saia daqui! Entendeu? Pelo menos até a gente saber o que fez.
- Tudo bem.
Fui pro meu quarto e me joguei na cama, só uma pergunta passava na minha cabeça: Meu Deus! Eu dormi com o Matheus? Ele queria que eu aproveitasse a vida, eu acho que segui o conselho dele rápido demais. Vi que a ressaca me dominava de novo e percebi que não dava mais pra lutar contra ela, me deitei confortavelmente e deixei essa pergunta sem resposta.
Capítulo 5
Mesmo depois de dormir bastante, acordei com a mesma dor de cabeça, decidi levantar e tomar um banho pra tentar melhorar, quando terminei fui pra cozinha preparar o almoço, e encontrei Matheus sentado no balcão, tomando café.
- A Belinha tá em casa? – perguntei.
- Não, ela não chegou ainda. – Matheus respondeu.
- Então, a gente pode conversar sobre aquele assunto? - perguntei segurando o riso.
- Luinha, eu sinceramente não sei o que aconteceu, eu juro! Você sabe que eu nunca ia fazer nada que você não quisesse, você pra mim é como uma irmã! – respondeu Matheus.
- Claro que sei! Eu só queria mesmo saber, mas eu acho que nunca vamos ter certeza, então podemos deixar em segredo, né?
- Com certeza! Se a Belinha souber, ela ia perturbar demais! – disse Matheus rindo.
- Se eu soubesse de que? – perguntou Bella entrando na cozinha.
- Se você soubesse que bebemos todas e mais algumas ontem ao ponto de não lembrar como chegamos em casa. – respondi, olhando pro Matheus.
- É, depois que vocês foram embora nós quase acabamos com uma garrafa de tequila. Fora as cervejas, vodca e tudo de álcool que passava na nossa frente. Foi bem legal, nunca tinha visto a Luinha tão bêbada. – Matheus disse segurando o riso.
- Imagino como ela deve ter ficado, ela é sempre tão fraca, nunca me acompanha. – disse Bella rindo. – Da próxima vez vocês me convidam.
- Não sou fraca não, Belinha. Se eu consegui acompanhar o Matheus não vou conseguir acompanhar você? Faça-me o favor, né. – eu respondi empinando o nariz.
- Acho que eu e a Luinha não vamos mais repetir essa bebedeira... – disse Matheus gargalhando.
- Tudo bem então, vou tomar banho. – disse Bella indo pro quarto.
- Calma, mocinha, você tem que me falar tudo sobre ontem!
- Foi maravilhoso, o Igor é perfeito, nós fomos pra casa dele depois do pub e... – Bella respondeu com os olhos brilhando.
- Eu vou pro meu quarto, não quero ouvir minha irmãzinha falando o que fez como o namoradinho, é demais pra mim. – disse Matheus saindo da cozinha cobrindo os ouvidos.
- Tá, agora fala tudo!
- Ah, Luinha, foi uma das melhores noites da minha vida! Não só pelo sexo, mas por tudo. Eu já disse que ele é perfeito, né, muito, muito, muito perfeito! br> - Acho que pela quantidade de ‘perfeitos’ na mesma frase eu não vou querer saber dos detalhes. br> - Ainda bem! Vou tomar banho agora. – disse Bella saindo da cozinha mandando beijinhos.
A semana passou voando e quando percebi já era sexta-feira novamente, a semana foi cheia de novidades e fatos corriqueiros, Igor e Bella começaram a namorar firme, pouco tempo depois de Chay e Mel. Sophia e Micael continuavam felizes, Matheus aparecia com uma menina diferente em casa a cada dia que saía, e Arthur fazia o mesmo. Isso me fazia a única solteira do grupo, isso fazia me lembrar do Sam com mais freqüência a cada dia, não tinha uma noite que não ia dormir desejando que tudo tivesse sido um pesadelo. Um dos piores dias foi a segunda-feira, dia 05 de abril, dia que eu e Sam faríamos seis anos de namoro. Confesso que se não fosse pelas minhas amigas eu nem teria levantado da cama, todas elas faltaram na aula e ficaram comigo em casa, – Isso até que foi bom, ajudou a aproximar Bella de Mel e Sophia, nós quatro estávamos começando a construir um forte vínculo de amizade. – comemos chocolate, assistimos comédias idiotas na televisão o dia todo, quando eu conseguia tirar o Sam da cabeça eu até que me divertia.
Na quinta-feira todos conseguiram me convencer a ir ao começo dos ensaios para a nova turnê dos meninos depois da aula, dizendo que eu precisava sair de casa, que sempre que parecia que eu estava melhorando eu tinha uma recaída, o que faz um pouco de sentido, Sam sempre foi como uma droga pra mim, e era dependente dele. O ensaio foi na casa do Arthur, ele tinha praticamente um mini estúdio em casa, que usavam para gravar os covers que eles tanto gostavam de fazer e algumas músicas que escreviam quando não tinham nada pra fazer.
- Luinha, vem aqui, por favor. – falou Micael no microfone.
- Nossa, eu pensei que fosse apenas um ensaio do tipo ligar os instrumentos nas caixas de som e tocar, e não isso tudo. – eu disse ao entrar na sala de gravação.
- A gente gosta de produzir algumas composições em casa mesmo, ou alguns covers. E foi pra falar em produzir músicas que eu te chamei aqui, você pode usar nosso estúdio sempre que quiser. – disse Micael.
- Mas eu não sei mexer nesses botões, eu vou ter que ficar sempre incomodando alguém pra me ajudar. – eu respondi.
- As meninas sabem mexer também e ninguém vai se importar de ouvir você cantando um pouquinho. Eu falei que você pode usar e não aceito um não como resposta. – disse Micael sorrindo.
- Tudo bem então. Obrigada Micael, obrigada mesmo! – eu respondi retribuindo seu sorriso.
Voltei para o meu lugar no sofá esperando para sairmos pra jantar, até que senti alguém sentando ao meu lado.
- Você me surpreende mais a cada dia, sabia? – disse Arthur.
- Do que você tá falando? – perguntei confusa.
- Então você não se lembra de nada da sexta-feira? O porre foi pior do que eu imaginei. – disse Arthur rindo.
- Ah! Você tá falando disso, pensei que fosse de algo importante. E se o porre é equivalente a ressaca de deixa, o porre foi daqueles bem dados. – disse rindo também, estranhando a simpatia repentina. – O que deu em você? Tá sendo até simpático comigo?
- Sei lá, cansa ser chato o tempo todo, pelo menos eu canso, você não?
- HA HA HA! Que engraçado! – disse ironicamente. – Eu não canso não, principalmente com você!
- Isso é amor encubado! – disse ele gargalhando.
- Claro, Aguiar, sou apaixonada por você desde quando te vi pela primeira vez no clipe na televisão, por favor, casa comigo? – disse, mandando dedo em seguida.
- BORGES. – ele gritou do meu lado.
- Fala, Thur. – respondeu Micael.
- Temos mesmo que sair pra jantar? Tem jogo hoje, Bolton contra Manchester, eu não quero perder, é hoje que ganhamos desse timinho de merda. – disse Arthur.
- Eu também quero ficar, não posso perder meus Diabos Vermelhos. – eu disse recebendo olhares incrédulos dos meninos na sala. – O que foi, não posso gostar de futebol?
- Pode, isso é até bem excitante. Melzinha, você não quer aprender um pouco com a Luinha, não? – disse Chay fazendo todo mundo rir.
- Não acredito, você torce pro Manchester? Que péssimo gosto. – disse Arthur fazendo careta.
- E eu não acredito que você torce pro Bolton. – eu disse rindo.
- Por que não acredita? – perguntou Arthur.
- Meu Deus, alguém pra discutir futebol com o Thur, era só o que faltava. Só não quero que falem mal do meu Arsenal – disse Igor.
- Porque esse time é um lixo, ganhou a Super Copa, sei lá, uma vez e a Copa da Inglaterra quatro? É vergonhoso, eu aceitaria o Chelsea, o Liverpool, o Arsenal do Igor, até o Manchester City, mas o Bolton é sacanagem.
- E você sabe todos os títulos do seu time? – perguntou Arthur.
- Quais você quer saber? Copa da Inglaterra, Super Copa, Mundial, Liga dos Campeões, Copa da UEFA? É só falar. – perguntei rindo debochadamente.
- Vamos fazer uma aposta então, quem perder hoje tem que usar a blusa do outro durante uma noite, topa? - perguntou Arthur.
- Claro, vou até te emprestar a minha blusa autografada pelo Cristiano Ronaldo, só porque eu sou muito boazinha.
- Vamos ver então. – disse Arthur levantando do sofá.
Belinha, Melzinha e Soph foram na rua comprar nosso jantar durante o jogo, elas deram a desculpa de não gostar muito de futebol pra sair um pouco de casa. Eu, Arthur, Chay, Micael, Igor e Matheus, nos tumultuamos em frente à grande televisão na sala pra esperar o jogo começar. O resultado foi bem o que eu esperava, 4x0 para o Manchester e tivemos que aturar um Arthur bem mal humorado no jantar. Quando acabamos de comer e arrumar tudo, decidimos ir pra casa, Matheus ia levar Soph e Melzinha pra casa também, todos se despediram e no caminho até a porta eu disse:
- Sorte sua a minha blusa não ser feminina, Aguiar! – fazendo todos rirem. – Amanhã eu passo aqui e deixo com você pra você ir ao pub com ela, vai ser muito inspirador te ver lá do palco. – disse isso e corri para fora antes que a almofada que ele jogou acertasse em mim, mas como eu desviei acertou em cheio o rosto do Igor que correu para acertar Arthur também. Pelo visto eu tinha meio que começado uma guerra de almofadas que não ia acabar tão cedo.
Capítulo 6
Depois da faculdade fui até a casa do Arthur deixar a blusa, toquei a campainha e me deparei com um Arthur sem camisa e com os cabelos bagunçados. Olhei o abdômen definido dele, os braços fortes... É, as meninas tinham razão, ele é bem gostoso mesmo!
- Hmm, Lua? Dá pra olhar pra cima? – perguntou Arthur com um sorriso convencido no rosto.
- Desculpa, só vim te trazer a blusa. – respondi ficando vermelha e virando de costas.
- Não precisa ficar envergonhada, tava só brincando. – disse Arthur. – Quer entrar? Você pode apreciar meu abdômen mais de perto, pode até tocar se quiser.
- Tava demorando, né? Tenho que ir embora e não me apareça sem essa blusa. – disse indo pro carro.
- Tem certeza que não quer que eu vá sem blusa? – perguntou Arthur gargalhando.
- Arthur, vai ver se eu tô na esquina! – disse dando dedo do meio pra ele antes de sair com o carro.
Cheguei em casa e estava calma demais, Bella deveria estar em casa, no caminho pro meu quarto ouvi um barulho de alguma coisa caindo no quarto dela, então abri a porta e me deparei com Igor de boxers segurando o abajur para não cair no chão e em seguida Bella saiu de roupão do banheiro. Fiquei sem saber o que dizer, apenas comecei a rir demais, sendo seguida pelos dois.
- Eu vou pro meu quarto. Igor, tenta não quebrar nada aqui, nem a cama. – eu disse abrindo a porta e recebendo uma almofadada nas costas.
Liguei o rádio e coloquei pra tocar o cd do Boys Like Girls e fui para o banho, e lá do banheiro fiquei cantando junto com Martin.
Umas músicas depois saí do banheiro e fui escolher minha roupa, não sabia muito bem como estava o tempo, então optei por um modelito mais básico, fiz uma maquiagem leve, dei um jeito no cabelo e estava pronta, olhei para o relógio e já eram quase 20h e eu tinha marcado com todos no pub às 20h, e eu esperava que Bella e Igor já estivessem prontos e não do jeito que eu os encontrei à tarde. Cheguei à sala e já estavam todos me esperando lindos e arrumados, Bella e Igor vendo televisão e Matheus de papo ao telefone, provavelmente arrumando um encontro pra essa noite.
- Vamos? – perguntei quando Matheus desligou o telefone.
- Vamos! – responderam Bella e Igor levantando do sofá.
- Vamos a pé? – perguntou Matheus.
- Eu acho melhor, e se a gente beber igual na semana passada. – eu respondi olhando pra ele.
- Eu acho melhor nos controlarmos hoje. – respondeu ele, rindo.
Chegamos bem antes do show no pub, então ficamos sentados conversando e bebendo um pouco, todos estavam lá, exceto Arthur, que se não aparecesse não cumpriria a nossa aposta, e Matheus, que foi buscar a namorada do dia.
- O Arthur não apareceu ainda com a minha blusa, se ele não cumprir essa aposta ele vai se ver comigo.
- Então se acalma, Luinha, ele tá chegando ali, feliz e contente com a sua blusa do Manchester. – disse Melzinha apontando pra porta.
Arthur caminhou até nossa mesa com um grande sorriso no rosto, a presença deles naquele pub não causava muito alvoroço, afinal todos já estavam acostumados com eles por lá toda a semana. Arthur sentou bem de frente pra mim na mesa e ficou me encarando incessantemente.
- O que foi, Arthur? Não pára de me olhar.
- Não posso olhar? Vai tirar pedaço?
- Vai, vai tirar pedaço sim.
- Você sabe que eu quero um pedaço seu. – disse ele se aproximando e rindo maliciosamente em seguida.
- Sei, e você também sabe que querer nem sempre é poder.
- Mas seja sincera, bem que você queria um pedaço meu hoje de tarde. E você sabe que tá sempre disponível pra você.
- Vou pegar uma cerveja, alguém quer? – perguntei ignorando o comentário e todos responderam que sim.
- Nós vamos com você, Luinha. – disse Mel levantando e puxando Sophia com ela, que trouxe Bella junto.
- Antigamente as meninas davam a desculpa de ir ao banheiro para saírem todas juntas, agora até pegar cerveja é desculpa. – disse Micael rindo e fazendo todos rirem junto.
- Não é nenhuma desculpa, amor. – disse Sophia dando língua em seguida.
- É, não é desculpa, nós somos oito e cada uma vai trazer duas. – disse Mel.
- Se é desculpa ou não, não importa, né? A gente já volta. – eu disse seguindo para o bar.
- Luinha, o que foi aquilo “você sabe que eu quero um pedaço seu" e “você queria um pedaço meu hoje de tarde" que o Aguiar disse? – perguntou Sophia assim que chegamos ao bar.
- Então é por isso que vocês vieram, né? Nem foi pra me ajudar. – eu disse.
- Não desconversa, Luinha, responde logo. – disse Bella.
- Todo mundo ouviu? – perguntei olhando pra mesa e vendo todos os meninos rindo.
- Eu acho que sim. – disse Mel.
- Hoje de tarde eu fui lá levar a camisa pra ele e, quando eu cheguei, ele parecia que tinha acabado de acordar e estava sem camisa e eu meio que fiquei olhando para barriga e para os braços dele. – disse escondendo meu rosto.
- E ele é gostoso como parece? – perguntou Bella sem nem pensar duas vezes, arrancando gargalhadas de nós quatro.
- Não. – respondi fazendo todas me encararem boquiabertas. – Ele é mais gostoso ainda, vocês acreditam? - eu complementei fazendo todas irem mais uma vez.
- Então você vai dar uma chance pra ele? – perguntou Sophia.
- Não sei, eu acabei de passar por uma situação horrível por causa de um galinha como o Arthur e eu vou me envolver com outro?
- Você não precisa se envolver, você pode tratar a situação do mesmo jeito que eles tratam. – disse Bella.
- Luinha, a Bella tá certa e é perfeito. Você aproveita todas as maravilhas do Arthur e sem dever nada a ele. É quase o paraíso! – disse Mel rindo.
- Não vou decidir nada agora, não essa noite. Agora vamos voltar antes que eles tenham um ataque. – disse apontando pra mesa onde os meninos estavam de cara feia.
- Vocês demoraram, fiquei com saudade. – disse Chay abraçando Mel.
- E fiquei foi com ciúme mesmo, tinha que ver a maneira que os caras olhavam pra vocês, principalmente pra você Belinha, podia ter colocado um vestido mais comprido. – disse Igor.
- Estávamos apenas colocando uma conversa em dia. – eu disse sorrindo.
- Pelo jeito que vocês riam deve ser um assunto muito interessante! – disse Arthur.
- Vocês também estavam rindo bastante, devem ter um assunto interessante também. – disse Sophia.
- Não amor, o Chay que contou uma piada meio sem graça e o Thur só entendeu uns cinco minutos depois, o que acabou sendo mais engraçado que a piada. – disse Micael, rindo só de lembrar.
- Qual o motivo da piada? – perguntou Matheus que acabava de chegar.
- Nada de novo, só o Thur demorando pra entender piadas mais uma vez. – disse Chay.
- É, nada novo mesmo. Enfim, essa daqui é a Ashley. – disse Matheus apontando para uma loira muito bonita de olhos claros e corpo tipo de modelo.
Depois de mais piadas sobre o Arthur, olhei no relógio e estava quase na hora do meu show, então eu fui pro palco organizar meus instrumentos. Depois de checar a playlist e afinar o violão, eu já estava pronta. Olhei para os meus amigos para dar um último sorriso antes de começar meu show, mas vi todos com a mesma expressão estranha no rosto, exceto Matheus, que eu podia ver a raiva brotando em seus olhos, e Bella, que me olhava como se estivesse vendo um fantasma. No primeiro momento não entendi o que estava acontecendo, mas quando eu ouvi a voz que desejava não ouvir nunca mais na minha vida, rezei para que fosse apenas um pesadelo daqueles mais terríveis, mas ao me virar vi que não estava tendo um pesadelo, vi que eu estava dentro de um. Era ele mesmo ali parado, aquele rosto que por muito tempo só me trouxe felicidade, conseguiu trazer a tona todos os sentimentos que eu tentei esconder durante esses dois meses. Era ele, era Sam bem na minha frente.
Capítulo 7
(n/a: Coloque pra tocar quando a letra começar)
Arthur’s POV On
Só eu nessa mesa cheia de casais, mas como eu apostei com a Lua e tive que vir com essa maldita camisa, preferi passar a noite só com os meus amigos, crente que o Matheus viria sozinho também, doce ilusão a minha pensar que o Matheus... fui tirado do meu momento de reflexão ao ouvir alguém xingar.
- O que aquele filho da puta tá fazendo aqui? – perguntou Matheus entre os dentes. – Eu deixei bem claro que era pra ele ficar longe, bem longe dela, vou ter que dar outra surra nele pra ele entender?
- Calma, Matheus, por favor, chega de brigas! – disse Bella impedindo Matheus de levantar da mesa.
- O que foi? – perguntei confuso.
- É o Sam. – respondeu Bella. – O que ele quer agora?
Sam? Que Sam, eu não conheço ninguém com esse nome. pensei comigo mesmo, Só se for o...
- O ex-noivo da Lua? – perguntei.
- Ele mesmo. Em carne, osso e cara de pau. – respondeu Bella.
- A gente tem que fazer alguma coisa, olha pra ela, parece que ela vai desmaiar ou algo parecido. – disse Mel.
- Eu vou lá. - disse Sophia levantando.
- E fazer o que? Pra ficar olhando assustada pra ele igual a Luinha tá olhando? – perguntou Micael segurando Sophia e a colocando sentada de novo.
- Mas alguém tem que fazer alguma coisa. – disse Igor.
- Eu vou lá. – eu disse levantando da cadeira.
- E vai fazer o que? – perguntou Chay.
- Qualquer coisa, na hora eu penso. Só sei que eu tenho que ajudar a Lua. – eu disse dando de ombros.
Fui caminhando lentamente até perto do palco, e vi que o Sam segurava o braço da Lua, a impedindo de ir embora. Ao ver isso, passei a caminhar mais rápido.
- Você tem que me desculpar, Luinha, já fazem dois meses desde que você foi embora, tá na hora de acabar com essa palhaçada, não acha? – disse Sam, quando eu cheguei.
- Posso saber o que tá acontecendo aqui? – perguntei. Sam me olhou da cabeça aos pés, e eu pude ver que ele me reconheceu.
- Nada que seja da sua conta! – ele respondeu rispidamente.
- Quando o assunto envolve um cara que eu não conheço segurando minha namorada pelo braço, passa a ser da minha conta, não acha? – perguntei abraçando Lua pela cintura com um sorriso debochado no rosto, minha especialidade. Pude ver o olhar confuso de Lua, mas ela não desmentiu, apenas acenou que sim com a cabeça.
- Namorado? Como assim namorado? Como você pôde, Lua?
- Da mesma forma que você estava com outra durante nosso noivado, a única diferença é que eu esperei a gente terminar, você não. – respondeu Lua apertando minha mão tentando se acalmar.
- Amor, tá na hora da sua apresentação, é melhor você se apressar. Acho que seu amiguinho não se incomoda de esperar, certo?
- Não, eu não me importo. Vou sentar ali no bar. – disse Sam, virando e seguindo para uma cadeira vazia.
- O que foi isso tudo? Essa encenação de namorados e tudo mais? – perguntou Lua quando subimos no palco.
- Quer que eu vá lá e desminta tudo? Só acho que vai ser mais difícil tirá-lo do seu pé sem minha ajuda.
- Não! Por favor. Eu preciso da sua ajuda. – disse Lua quase em um sussurro.
- Calma, eu vou te ajudar, é quase uma obrigação minha. – eu disse sorrindo. – Agora canta pra todo esse pessoal que tá aqui só pra te ver. Mas antes eu vou reforçar nosso namoro falso. – eu disse me aproximando e abraçando Lua pela cintura e a sentindo enrijecer.
- O que você vai fazer? – perguntou Lua meio atrapalhada.
- Calma, não vou te beijar, mas pra ele vai parecer que sim. – eu disse e ao me afastar pude ver que deu certo pela cara do Sam. Desci do palco e fui me sentar perto de Sam no bar recebendo olhares estranhos dos meus amigos na mesa.
- E então, você conhece a Luinha há muito tempo? – perguntei despreocupado.
- Eu a conheço muito bem, se você quer saber. – Sam respondeu friamente.
- Nem me apresentei, que indelicadeza. – eu disse estendendo a mão. - Meu nome é...
- Arthur Aguiar, vocalista do McFLY. Eu sei quem você é. – Sam respondeu antes que eu mesmo pudesse falar.
- Bom pra você, mas eu ainda não sei quem você é. – eu disse no mesmo tom ignorante usado por Sam.
- Sou Sam Thompson.
- O ex-noivo da Luinha. Então é você, prazer em conhecê-lo. – eu disse apertando sua mão.
- Se você não se incomoda, eu queria ouvir a Lua cantando. – ele disse numa tentativa de cortar o assunto.
- Minha menina canta muito bem mesmo, mas ela disse que não cantava muito em Manchester, eu acho que alguém não gostava muito, os gostos mudam, né. – eu disse dando um gole na minha cerveja.
- Você pode parar de papinho e falar logo o que você quer?
- Tudo bem, serei bem franco. Eu quero você longe da Lua, bem longe! Você já a fez sofrer demais. E se por algum motivo você voltar a procurá-la depois dessa noite, eu não vou responder pelos meus atos. Ela está comigo agora, e eu não vou fazer as mesmas merdas que você fez. Ela é uma garota maravilhosa e você a jogou fora como lixo e agora vai se arrepender todos os dias da sua vida. Isso me deixa tão feliz.
- Quem você pensa que é pra falar assim comigo? – disse Sam levantando da cadeira.
- Eu falo com você do jeito que eu quiser, seu merda! Se você quiser resolver isso agora, por mim tudo bem. – eu disse levantando também e o encarando.
- Calma, rapazes, vamos conversar numa boa. – disse Ralf chegando e nos afastando.
- Ele que veio falar um monte de merda pra mim.
- Eu não quero saber quem começou ou não. Só não quero confusão aqui dentro.
- Eu não vou criar confusão com ninguém, Ralf, pode deixar. – respondi dando as costas – Só não diga que eu não avisei. – disse para Sam antes de voltar para minha mesa.
Arthur’s POV Off
Tive que me concentrar muito para conseguir me apresentar direito, não sei o que seria de mim se Arthur não tivesse me ajudado. Logo ele que tem aquela cara que não está nem aí para os problemas alheios. É, estou devendo uma a ele. No final da minha apresentação resolvi mudar meu setlist e fazer uma pequena homenagem.
- Gente, a próxima música é a última da noite e eu gostaria de dedicar a uma pessoa que está aqui hoje. – eu disse antes de começar a cantar.
I'm holding on your rope, got me ten feet off the ground
Eu estou me segurando na sua corda, estou a 3 metros do solo
And I'm hearing what you say, but I just can't make a sound
E eu estou ouvindo o que você diz, mas simplesmente não consigo emitir um som
You tell me that you need me, then you go and cut me down, but wait
Você diz que precisa de mim, depois você me derruba, mas espere...
You tell me that you're sorry, didn't think I'd turn around, and say...
Você diz que sente muito, não imaginava que eu me viraria e diria...
That it's too late to apologize, it's too late
Que é tarde demais para se desculpar, é tarde demais
I said it's too late to apologize, it's too late
Eu disse que é tarde demais para se desculpar, é tarde demais
I'd take another chance, take a fall, take a shot for you
Eu me arriscaria outra vez, levaria a culpa, levaria um tiro por você
And I need you like a heart needs a beat, but it's nothing new
E eu preciso de você como um coração precisa de uma batida, mas não é novidade
I loved you with a fire red now it's turning blue, and you say...
Eu te amei com um fogo vermelho agora está se tornando azul, e você diz...
I'm sorry like an Angel, heaven let me think was you
Eu sinto muito como um anjo, o céu me fez pensar que era você
But I'm afraid...
Mas eu estou com medo...
That it's too late to apologize, it's too late
Que é tarde demais para se desculpar, é tarde demais
I said it's too late to apologize, it's too late
Eu disse que é tarde demais para se desculpar, é tarde demais
I said it's too late to apologize
Eu disse que é tarde demais para se desculpar
I said it's too late to apologize
Eu disse que é tarde demais para se desculpar
I'm holding on your rope, got me ten feet off the ground
Eu estou me segurando na sua corda, estou a 3 metros do solo
- Muito obrigada e boa noite. – disse após terminar a música, recebendo meus aplausos depois. Antes que Sam pudesse se aproximar de mim, Arthur já estava lá para me ajudar a desconectar o violão e me ajudar a descer.
- Você foi muito bem essa noite. Essa última música foi uma bela direta, se ele não for embora depois disso...
- É, mas não adiantou muito, ele continua ali. – eu disse bufando.
- Quer que eu dê um jeito nele? Ele tá pedindo umas boas porradas.
- Não, eu acho que eu tenho que encarar logo isso, não posso ficar fugindo pra sempre. – respondi derrotada.
- Tá, mas se ele começar a te perturbar muito, me faz um sinal que eu te salvo. – disse Arthur com um lindo sorriso no rosto.
- Tudo bem. – eu disse. – Agora eu vou lá falar com ele.
- Boa sorte, qualquer coisa grita. – disse Arthur rindo, antes de dar um beijo no alto da minha cabeça e ir para a mesa. Caminhei lentamente até o bar e encarei Sam.
- O que você quer afinal?
- Quero me desculpar. Você tem que voltar pra casa, Luinha.
- Eu não vou voltar pra sua casa, minha casa é aqui agora. – eu respondi. – E quanto a te desculpar, se for só isso que eu preciso fazer pra me ver livre de você, você tá desculpado.
- Por que essa ignorância toda, Lua?
- Por quê? – perguntei incrédula. – O fato de te encontrar com outra na nossa cama é pouco pra você? Ou eu devo acrescentar que ela era sua “amiga" e isso deveria acontecer há muito tempo? Não foi apenas falta de fidelidade Sam, foi a falta de respeito, não foi um simples caso, uma simples transa, foi uma traição do pior nível.
- Mas, Luinha, são seis anos. Seis anos! Você não pode terminar tudo assim.
- Você não pensou neles quando tava com a Sarah. Não tem nada que você possa fazer pra me fazer voltar atrás, acabou. – eu respondi, dando as costas e acenando para Arthur.
- Luinha, por favor. – disse Sam segurando meu braço.
- Não, Sam, me larga, por favor.
- Larga ela. – disse Arthur chegando por trás de mim.
Capítulo 8
(n/a: Coloque pra tocar agora)
Sam nos encarou e soltou meu braço. Arthur segurou minha mão e foi me levando para longe do bar.
- Ele te machucou?
- Não fisicamente. – eu disse forçando um sorriso. – Obrigada, Arthur, você foi demais essa noite, não sei o que eu teria feito sem sua ajuda.
- De nada. – ele respondeu com um sorriso torto. – Err... Quer dançar? Ele tá olhando ainda, eu acho que vai fazer ele desistir de uma vez, e...
- E?
- Eu adoro essa música. – Arthur respondeu sem graça.
- Tudo bem. – eu respondi rindo. Caminhamos até a pista de dança e quando chegamos, Arthur me puxou para mais perto e colocou minhas mãos em seu pescoço e colocou as suas em minha cintura e começamos a balançar no ritmo da música.
Look at the stars,
Olhe pras estrelas,
Look how they shine for you,
Olhe como elas brilham por você,
And everything you do,
E por tudo o que você faz,
Yeah, they were all yellow
Sim, elas eram todas amarelas.
- Eu também adoro essa música. – eu disse rindo e quebrando o silêncio.
- Por que você tá rindo? – perguntou Arthur.
- Porque essa situação é muito estranha.
- Por quê?
- Porque tem dias que a gente quer se matar, outros a gente não suporta olhar um pra cara do outro, outros que a gente briga por futebol e hoje você meio que me salvou...
- E agora estamos dançando.
- Acho que estamos evoluindo. – eu disse rindo.
- Ainda bem, não é? – disse Arthur rindo também.
- Você ainda não me disse por que tá fazendo isso. – eu disse sem graça.
- Sinceramente? Eu não sei. – respondeu Arthur. – Eu só senti que deveria fazer alguma coisa, e quando ele chegou, ele olhou pra nossa mesa e viu todo mundo acompanhado, exceto eu, então meio que sobrou pra mim.
- Se foi um incômodo não precisava ter feito nada.
- Não começa com as ignorâncias, Lua, se eu fiz isso é porque não foi incômodo, se tivesse sido você sabe que eu não teria feito.
- É, isso é verdade, você nunca faz nada quando te pedem. – eu disse rindo.
- Vai começar a falar mal de mim?
- Desculpa, não falo mais! Estou em dívida com você.
- Tudo bem, mas é sério, quando eu te vi lá olhando pra ele assustada e ninguém sabia o que fazer, eu simplesmente levantei e fui te ajudar sem nem saber o que ia fazer, então eu achei que essa coisa de namorado ia ajudar, entendeu?
- Entendi.
- E a respeito dessa dívida, pode ter certeza que eu vou cobrar.
- Eu já devia esperar, nada sai de graça vindo de você, né? – perguntei rindo.
- Nadinha. – respondeu ele rindo também e depois apoiando o queixo em minha cabeça, fechou os olhos e começou a cantar junto com o Chris Martin.
I swam across,
Eu atravessei o oceano,
I jumped across for you,
E superei as barreiras por você,
Oh what a thing to do,
Que coisa a se fazer,
'Cos you were all yellow.
Porque você era toda amarela.
I drew a line,
Eu estabeleci um limite,
I drew a line for you,
E estabeleci um limite para você,
Oh what a thing to do,
Que coisa a se fazer,
And it was all yellow.
E era tudo amarelo.
- Você tá linda hoje, não só hoje, você tá linda todo dia, mas hoje você tá mais. – disse Arthur meio enrolado.
- Obrigada. – eu respondi ficando vermelha. – Você também tá lindo com a minha blusa do Manchester, ficou melhor em você do que no próprio Cristiano Ronaldo.
- Eu te faço um elogio e você vem com Cristiano Ronaldo, ninguém merece, Lua. – disse Arthur.
- Eu acho que o fato de você estar com essa blusa irritou mais o Sam do que você ser “meu namorado". – eu disse. – E por falar nele, ele acabou de sair, acho que a música foi demais pra ele.
- Ainda bem que ele foi embora, mas por que que ele ia ficar com raiva por eu estar com essa blusa? – perguntou Arthur.
- Porque eu não deixava ele usar, eu tenho muito ciúme dessa blusa. – eu respondi.
- E por que você me emprestou? – perguntou Daniel.
- Não sei, eu achei que ficaria bem em você e eu estava certa. Você fica bem de vermelho. – eu respondi levantando rapidamente a cabeça e fazendo nossos rostos ficarem bem próximos, eu olhei nos olhos castanhos de Arthur e eles tinham um brilho diferente. Ele parou de dançar e tentou se aproximar para me beijar, quando nossos narizes encostaram eu virei o rosto e apoiei minha cabeça do peito de Arthur e voltei a dançar.
Look at the stars,
Olhe pras estrelas,
Look how they shine for you,
Olhe como elas brilham por você,
And all the things that you do.
E para tudo que você faz
- Eu... Eu acho melhor voltarmos pra mesa, eles devem estar bem curiosos.
- É, vamos voltar. – disse Arthur sério. Sentamos à mesa dos nossos amigos, eu fechei os olhos e respirei fundo esperando pelo interrogatório, mas nenhuma pergunta foi feita.
- Vocês não têm nada pra me perguntar? – perguntei confusa e só recebi olhares também confusos.
- Você tá bem, Luinha? – perguntou Bella.
- Por incrível que pareça, eu estou ótima. – eu respondi. – Eu acho que precisava de um encontro com ele pra eu perceber que foi tudo verdade. Acho que agora eu assimilei tudo.
- Eu estava doido pra dar outro soco naquele babaca. Mas ninguém deixou, mas o Thur deu uma dura nele lá que eu vi, o que você disse pra ele? – perguntou Matheus. Nesse momento todos olharam para Arthur que bebia tranquilamente sua cerveja.
- Eu só disse pra ele não aparecer mais aqui. – ele respondeu dando de ombros.
- Só isso? Tem certeza? O cara fez uma cara tão furiosa que parecia que você tinha xingado a mãe dele. – disse Micael fazendo todos rirem. Arthur me olhou pelo canto do olho.
- Tenho sim. O que mais eu falaria? – perguntou Arthur.
- Sei lá, mas seja lá o que foi, deu certo. – disse Chay. Eu olhava pro Arthur que olhava em qualquer direção que não fosse a minha, e quando olhava pra mim, desviava o olhar em seguida. Eu sei que ser rejeitado deve ser horrível, mas ele tem que me entender, ele viu tudo o que eu passei hoje. Não posso negar que rolou um super clima, mas eu sei que eu não posso me deixar levar, não posso me envolver, não com ele. Não agüentaria ter meu coração partido de novo e também não estou agüentando esse olhar de desprezo dele.
- Gente, eu vou pra casa, eu tô cansada, com dor de cabeça. – eu disse levantando.
- Eu vou com você. – disse Bella levantando.
- Eu também. – disse Matheus.
- Não, vocês vão ficar aqui e aproveitar a noite de vocês. Certo, Igor? Certo, Ashley? – perguntei sorrindo e os dois acenaram com a cabeça. – Eu quero ficar um pouco sozinha.
- Tudo bem então, mas você vai sozinha essa hora? - disse Bella.
- Eu vou com ela, não vou ficar nessa mesa com esse monte de casal e eu tô cansado também. – disse Arthur. Eu levantei, me despedi de todos, recebi uns olhares do tipo “amanhã eu quero saber tudo" das minhas amigas e segui para a porta sendo seguida de longe por Arthur. Chegamos ao carro dele e ele abriu a porta para mim e eu entrei.
- Por que você tá calado?
- Por nada. - disse Arthur ao ligar o carro.
- Você tá estranho desde que a gente voltou pra mesa.
- E isso foi depois do que? – ele perguntou parando o carro no sinal.
- Eu pensei que você fosse entender. – eu disse pausadamente.
- Claro! Todo mundo entende quando é rejeitado. – disse Arthur bufando. – Se você não tava a fim, por que você continuou?
- Não sei.
- Que bom, Lua, quando você souber você me avisa. – disse Arthur, parando em frente ao meu prédio.
- Por que você não cresce, Arthur? Será que você não entende que ainda é complicado pra mim, você queria que eu te beijasse e ignorasse tudo o que aconteceu comigo essa noite? Pensei que como você estava no meu lado você fosse entender, mas eu esqueci que é impossível você pensar nos outros. – eu disse o encarando. – Pensei que tivéssemos evoluído.
- Desculpa. – ele disse olhando pela janela do motorista. – Só que é difícil pra mim, eu nunca escondi meu interesse por você, eu juro que hoje eu não agi por interesse. E de repente você corresponde por um instante, eu não consegui me controlar.
- Tudo bem. – eu respondi. – Mas quem disse que eu correspondi?
- Vai dizer que não? Quem estava quase se derretendo nos meus braços? – perguntou Arthur.
- Vai à merda, Arthur! – eu disse saindo e batendo a porta do carro.
- Eu não vou desistir. Não vou mesmo. – gritou Arthur enquanto eu entrava no meu prédio. Eu cheguei ao meu quarto com tudo o que ele falou em minha cabeça, como assim ele não ia desistir? O problema não era ele não desistir, o problema é eu não resistir e algo me diz que eu não vou.
Capítulo 9
Eu balançava meu corpo no ritmo da música que tocava e sentia duas mãos pousadas em meus quadris, apertando levemente e me fazendo encarar seus olhos, que eram de um castanho profundo. Seus lábios roçaram no lóbulo da minha orelha e foram descendo deixando um rastro de beijos, passando por meu pescoço, chegando até meu ombro e depois fazendo o caminho de volta, chegando novamente perto da minha orelha e soltando o ar pesadamente enquanto eu puxava os cabelos de sua nuca e apertava seu ombro com minhas unhas, o que deixaria marcas...
- Sabia que você não resistiria. – sussurrou Arthur ao meu ouvido.
- Acorda, Luinha. – disse Bella me sacudindo na cama. – Já passou das duas da tarde.
- Hmm, Arthur. – disse virando para o outro lado.
- ARTHUR. – gritaram as três me fazendo levantar assustada.
- O que? – eu perguntei sonolenta.
- Você acabou de chamar pelo Arthur! – disse Mel.
- Eu não chamei pelo Arthur. – eu respondi.
- Claro que chamou! Ou você acha que nós três estamos ficando malucas? – perguntou Sophia.
- Tá, que seja. Eu acho que estava sonhando com ele. – respondi deitando e cobrindo minha cabeça. – Agora vocês podem me deixar dormir?
- Não. – respondeu Sophia. – Já são duas da tarde, Luinha.
- Tá, o que vocês querem? – perguntei sentando na cama.
- Temos uma coisa pra te mostrar. – disse Bella me dando o jornal.
O vocalista da banda McFLY foi flagrado em um pub no centro de Londres. Ele e seus amigos, acompanhados de suas respectivas namoradas, estavam prestigiando a apresentação da possível nova namorada do amigo. Depois da apresentação eles foram vistos saindo juntos do pub e indo embora no mesmo carro. Não sabemos o nome dela e, pelo histórico do Arthur, será que teremos tempo de descobrir antes dela sair de cena?
- Ótimo, era tudo o que eu precisava, agora tenho que aturar a ira das fãs loucas do Arthur. – disse levantando da cama.
- Pelo menos não dá pra ver seu rosto. – disse Mel olhando a foto que tiraram quando eu estava saindo do pub com o Arthur.
- Pelo menos isso.
- E então? – disse Sophia.
- Então o quê?
- Começa a falar, queremos saber tudo de ontem. – ela respondeu.
- Sabia que não ia escapar. – eu disse. – Por onde vocês querem que eu comece?
- O que ele fez pra te ajudar com o Sam? – perguntou Mel.
- Ele fingiu ser meu namorado.
- Isso a gente sabe! – disse Sophia. – Continua falando.
- O que mais vocês querem saber?
- Vocês dançaram e rolou um super clima que a gente viu, quer dizer, todo mundo viu, ele deve ter falado alguma coisa. – disse Mel.
- Sério que todo mundo viu?
- Sério. – respondeu Mel.
- Ele tentou me beijar, mas eu não deixei.
- POR QUÊ? – as três perguntaram ao mesmo tempo.
- Vocês têm que parar com essa coisa de falar ao mesmo tempo, tá assustando! – eu disse.
- Não desconversa, Luinha. Por que você não deixou? – perguntou Bella.
- Eu tinha acabado de encontrar o Sam, vocês queriam que eu saísse beijando o primeiro que aparecesse?
- Luinha, pela milésima vez, não é qualquer um, é o Thur, você o conhece! – disse Sophia.
- Me empresta esse jornal. – eu disse apontando para o jornal em cima da minha cama. - Não sabemos o nome dela e, pelo histórico do Arthur, será que teremos tempo de descobrir antes dela sair de cena? O Arthur é o homem perfeito para eu me relacionar depois de uma traição, né?
- Meu Deus, Luinha, não estou falando pra você casar com o Arthur. – disse Bella.
- Nós vamos ter essa discussão de novo?
- Não, não vamos! Fica aí sozinha se martirizando pra sempre por causa do Sam, de repente você vira santa. – disse Bella antes de sair batendo a porta do quarto.
- Luinha, ela tá certa! Você tem que seguir com a sua vida. – disse Mel, se levantando pra sair do quarto também.
- Pelo menos pensa no assunto. Eu estou lá na sala com o Micael, qualquer coisa chama. – disse Sophia.
- Tudo bem. – eu respondi. E assim que elas saíram do quarto eu fui tomar banho. Demorei bastante no banho, pesando em tudo que aconteceu no dia anterior, desde a visita de Sam até a tentativa do Arthur. Realmente ele não era qualquer um, tá eu o conheço há uns dois meses e nós praticamente só brigamos, mas quando o Sam apareceu, ele estava lá pra me ajudar e ele realmente é muito, muito bonito. Então cheguei à conclusão que eu deveria parar de me preocupar com o que vai acontecer no dia seguinte e viver o presente. Se Arthur tentar alguma coisa novamente, dessa vez eu não vou recuar, não vou recusar. Se for um caso de uma noite que ele quer, é isso que ele vai ter. Sem pressão, sem ter que dar satisfações, sem compromisso. E se ele não quiser mais, uma hora ou outra aparecerá outro. Coloquei o meu roupão e saí do banheiro, dando de cara com uma pessoa sentada na minha cama, uma pessoa que não esperava encontrar ali.
- Arthur? – perguntei confusa.
- Oi. – respondeu Arthur, meio sem jeito, passando a mão pelo cabelo.
- O que você tá fazendo aqui? – perguntei, em seguida olhando para uma caixa preta em suas mãos. – E o que é isso?
- Eu vim aqui porque queria falar com você e essa caixa é um presente. – ele respondeu.
- Ok, deixa eu me vestir então. – eu disse, seguindo para o closet.
- Tudo bem. – ele respondeu. Uns cinco minutos depois eu voltei vestindo uma roupa básica.
- Pronto. – eu disse rindo e sentando na poltrona perto da sacada de frente pra ele. – Pode falar.
- Eu bati na porta e você não respondeu, então eu entrei e ouvi o barulho do chuveiro e sentei na cama pra te esperar.
- Ah sim. – eu disse olhando rapidamente para o jornal em cima da cama.
- Então você já viu? – ele disse apontando para o jornal.
- Já, as meninas vieram me acordar e me mostrar. – eu respondi. – Você ficou incomodado?
- Não, não é isso. Eu fiquei preocupado com a sua reação, eu já estou acostumado com isso.
- Eu só estou com um pouco de medo das suas fãs, eles são meio loucas. – eu disse rindo. – Se elas não me matarem eu ficarei bem.
- Espero que elas não te matem, vou sentir falta de te perturbar. – ele disse rindo também.
- Era isso o que você queria falar?
- Não, eu vi o jornal e acabei esquecendo. Hoje tem uma festa da produtora e queria saber se você quer ir.
- Como assim? Com você? Tipo sua acompanhante?
- É. – respondeu Arthur sem jeito. – Temos dez convites, e o Matheus já pegou o dele e o da pessoa que ele vai levar, então...
- Eu vou com você ou eu não vou. – eu disse rindo. – Você conhece tantas outras garotas.
- Lua, você já me viu apresentar alguma dessas meninas pra vocês? – ele perguntou.
- Não. – eu respondi. – Mas isso vai reforçar o nosso “namoro" não acha?
- Isso incomoda você? – ele perguntou. – Porque eu sei que não é verdade, então eu não me importo.
- Não se sinta forçado a me levar só porque eu vou ficar sozinha em casa. – eu disse.
- Eu prefiro levar você, acho que essa coisa de apresentar aos amigos, torna tudo muito sério. – ele disse dando um sorriso torto.
- Mesmo depois de ontem? – eu perguntei sem graça.
- Esquece isso, ok? Já passou. – ele disse olhando para o chão.
- Tudo bem então, mas por que você tá me falando hoje da festa? - eu perguntei.
- Porque só decidimos ir hoje, nenhuma das meninas sabia, tanto que estão feito loucas lá fora correndo atrás de vestidos, marcando hora no salão e essas coisas que vocês fazem. – ele disse.
- Como é essa festa? Preciso saber pra me vestir. Você falou que elas estão correndo atrás de vestido e essas coisas.
- Então você vai? – ele perguntou com um sorriso no rosto.
- Claro! Acha que eu vou perder uma festa?
- Então eu passo pra te buscar às oito. – ele disse indo em direção à porta.
- E a roupa, como eu devo me vestir?
- Olhe dentro da caixa, eu já estava esquecendo. – ele disse apontando para a caixa preta em cima da minha cama. – Eu já imaginava que você não saberia o que usar e tomei a liberdade de comprar quando estava vindo pra cá, espero que você goste.
- Você comprou um vestido pra mim? – perguntei incrédula.
- Comprei e juro que não é indecente. Eu sei que você pensa que eu sou tarado. – ele disse rindo.
- Obrigada. – eu disse sem jeito. – Prometo que estarei pronta antes das oito, e tentarei ficar bonita pra ficar bem ao seu lado.
- Como se precisasse tentar. – ele disse antes de sair do quarto.
Isso foi totalmente estranho, mas é a chance que eu queria, disse pra mim mesma, em seguida olhei para o relógio e vi que já eram três horas. Merda, tenho que fazer as unhas e dar um jeito no cabelo. Olhei para a caixa em cima da minha cama e decidi confiar no gosto do Arthur e ver o vestido só na hora de usar, afinal se eu aparecesse com um vestido diferente ele ia ficar chateado. Prendi o cabelo de qualquer jeito, peguei minha bolsa e saí apressada, gritei para alguém que estava na cozinha que estava indo ao salão.
Capítulo 10
(n/a: Coloque pra tocar agora)
Olhei para o relógio e vi que eram oito horas. Bella já tinha saído para se arrumar na casa do Igor. Ficou decidido que cada um iria no seu carro com suas respectivas acompanhantes, então Arthur estaria aqui a qualquer momento. Dei uma última olhada no meu cabelo e no meu vestido, – devo assumir que Arthur tem um ótimo gosto, o vestido é lindo! – coloquei as sandálias e olhei novamente a maquiagem, quando estava colocando os brincos o interfone tocou.
- Oi, Sr. Wilson.
- O Sr. Arthur já está aqui a sua espera. – ele respondeu.
- Já estou descendo. – eu respondi, correndo para o quarto pegando minha bolsa. Saí do prédio e me deparei com um Arthur muito elegante, lindo e encostado em um carro que eu nunca tinha visto.
- Nossa. – ele disse quando me viu.
- Digo o mesmo. – respondi a ele. – E esse carro?
- Digamos que eu gosto de ostentar um pouco às vezes, esse é o meu brinquedinho. – ele disse com um sorriso.
- É um belo brinquedo. – eu disse olhando o carro. – Você tem bom gosto.
- Eu sei, olha minha acompanhante. – ele disse. - O vestido vai ser o mais bonito da festa.
- Eu achando que estava recebendo um elogio, e você falando do vestido. – eu disse fingindo estar chateada.
- Pensei que você não precisasse ouvir que está linda pra saber. – ele disse dando de ombros.
- É sempre bom ouvir.
- Você está maravilhosa. – ele disse beijando minha mão.
- Obrigada, você também está. – eu respondi. – De onde saiu esse cavalheirismo?
- Não sei bem, acho que cansei de ser chato. Vamos? – ele perguntou abrindo a porta do carro.
- Vamos. – eu respondi. – Eu estou gostando no nosso surto de educação um com o outro.
- Eu também. Você sabia que a raiva pode ser motivada por amor? Acho que você me ama. – ele disse rindo.
- Não força, Arthur! – eu disse rindo também.
- Tem uma surpresa na festa que eu acho que você vai adorar. – ele disse quando paramos em um sinal.
- O que é?
- Se eu disser não será mais surpresa, né?
- Eu odeio isso. – eu disse rindo. Depois de uns vinte minutos de viagem chegamos ao local da festa, e logo na entrada estavam centenas de fotógrafos e algumas fãs histéricas.
- Amanhã todos os jornais confirmarão seu novo namoro. – eu disse quando vi os fotógrafos.
- Então se eu fosse você, faria um seguro de vida. – ele respondeu rindo antes de sair do carro. – Está vendo aquelas meninas gritando ali? Você será alvo delas.
Assim que ele saiu do carro, a chuva de flashes começou e me tornei alvo também quando saí do carro com a ajuda do Arthur. Entramos na festa e seguimos para a nossa mesa, que já estava cheia com todos os nossos amigos, inclusive Matheus que incrivelmente estava acompanhado pela mesma loira do dia anterior.
- Luinha, você tá linda. – disse Bella quando me aproximei.
- Obrigada, Belinha. – eu disse. – Você também está linda, quer dizer, todas vocês estão.
- Vou pegar uma bebida, você quer uma? – perguntou Arthur.
- Eu vou com você.
- Então vamos. – disse Arthur colocando a mão em minhas costas me guiando para o bar.
- Você não vai me dizer qual é a surpresa? – perguntei depois de beber um pouco do meu Martini.
- Em uma hora você vai descobrir, seja paciente. – ele respondeu rindo.
- Tá bom, então vamos para a mesa. Conversar faz o tempo passar mais rápido. – disse me virando, fazendo o caminho de volta e sendo seguida por Arthur. Após muita conversa e outras taças de Martini o tempo passou mais rápido e levou com ele um pouco da minha consciência: Martinis acabam comigo. De repente a luz diminuiu e um homem subiu no palco.
- Pronta para a surpresa? – disse Arthur ao meu ouvido, fazendo eu me arrepiar.
- Pronta. – eu respondi, me virando e encontrando aqueles olhos perfeitamente castanhos naquela noite.
- Eu tenho o prazer de apresentar, a banda Muse! – disse o homem que estava no palco.
- Muse! – eu disse surpresa.
- Sabia que ia gostar. – disse Arthur com um sorriso no rosto. Foi um show maravilhoso, eles cantaram todas as músicas que eu gostava, mas eu senti falta de uma, a que eu mais gostava.
- Tá gostando do show? – Arthur perguntou.
- Adorando, só que eles ainda não tocaram a música que eu mais gosto. – eu disse.
- E qual é? – ele perguntou.
(n/a: coloque a música para tocar agora.)
- ESSA! – eu gritei indo em direção para onde as pessoas estavam dançando, deixando meus amigos na mesa. Comecei a dançar animadamente, até que senti um corpo junto ao meu e mesmo já sabendo quem era, o cheiro do seu perfume era inconfundível, me virei para encará-lo.
- Animada? – ele perguntou com um sorriso nos lábios.
- Um pouco, por quê?
- Nada, eu só queria saber. – disse Arthur dando de ombros.
- Dá para parar de falar e dançar comigo? Não foi pra isso que você veio até aqui? – perguntei, sorrindo vitoriosa quando o vi sem resposta. Ele apenas colocou a mão em minha cintura e seguiu meus movimentos guiados pela música.
It's bugging me
Isso está me aborrecendo
Grating me
Me irrintando
And twisting me around
E me torcendo todo
Yeah I'm endlessly
Sim, eu estou infinitamente
Caving in
Desmoronando
And turning inside out
E virando do avesso
Conforme suas mãos percorriam a lateral do meu corpo, uma sensação de calor me inundava, eu não conseguia contê-lo, eu não queria contê-lo, não enquanto meu corpo pedia mais, mais e mais desse calor.
'Cause I want it now
Porque eu quero agora
I want it now
Eu quero agora
Give me your heart and your soul
Dê-me seu coração e sua alma
And I'm breaking out
E eu estou me libertando
I'm breaking out
Eu estou me libertando
Last chance to lose control
Última chance para perder o controle
Fiquei de costas para ele e me movi no ritmo da música, fazendo com que nossos corpos ficassem colados.
- Você tá me provocando... – ele disse soltando pesadamente o ar em meu pescoço e em seguida me virando e me colocando de frente pra ele e me olhando nos olhos. - Se você continuar assim, eu não vou responder por meus atos.
- E se eu disser que não me importo. – eu disse colocando os meus braços ao redor do seu pescoço.
Yeah It's holding me
Sim, isso está me envolvendo
Morphing me
Me modificando
And forcing me to strive
E me obrigando a lutar
To be endlessly
Para estar infinitamente
Cool within
Frio por dentro
And dreaming I'm alive.
E sonhando que estou vivo
'Cause I want it now
Porque eu quero agora
I want it now
Eu quero agora
Give me your heart and your soul
Dê-me seu coração e sua alma
And I'm breaking down
E eu estou desmoronando
I'm breaking out
Eu estou me libertando
Last chance to lose control
Última chance para perder o controle
- Você não tem pena de mim? – Arthur perguntou fechando os olhos.
- Pra ser sincera, não! Eu acho que você tem que sofrer muito, muito mesmo. – eu respondi ao seu ouvido. Ao ouvir isso, Arthur pressionou mais meu corpo contra o dele e voltou a deslizar a mão pela lateral do meu corpo.
- Você é uma menina muito má.
Eu balançava meu corpo no ritmo da música que tocava e sentia duas mãos pousadas em meus quadris, apertando levemente e me fazendo encarar seus olhos, que eram de um castanho profundo. Seus lábios roçaram no lóbulo da minha orelha e foram descendo deixando um rastro de beijos, passando por meu pescoço, chegando até meu ombro e depois fazendo o caminho de volta, chegando novamente perto da minha orelha e soltando o ar pesadamente enquanto eu puxava os cabelos de sua nuca e apertava seu ombro com minhas unhas, o que deixaria marcas...
- Sabia que você não resistiria. – sussurrou Arthur ao meu ouvido. Eu virei abruptamente e encarei seus olhos, já tinha sentido aquilo e ouvido aquelas palavras antes. Será que eu estou virando vidente? Sorri comigo mesma, era a chance que eu queria.
- Dessa vez eu não vou fugir. – eu disse a ele. Dei um beijo no canto da sua boca e guiei meus lábios até seu ouvido, e sussurrei a música junto com M atthew Bellamy.
And I want you now
E eu quero você agora
I want you now
Eu quero você agora
I feel my heart implode
Eu sinto meu coração implodir
And I'm breaking out
E eu estou me libertando
Escaping now
Escapando agora
Feeling my faith erode
Sentindo minha fé se corroer
Em um movimento brusco Arthur juntou nossos lábios e começou a me beijar intensamente.
- Você me fez esperar muito tempo. – ele disse olhando em meus olhos.
- Que tipo de menina malvada eu seria se não fizesse?
- Verdade. – respondeu ele voltando a me beijar em seguida, de um jeito não muito apropriado para o local onde estávamos.
- Arthur, nós estamos no meio da pista, se controla. – eu disse me separando dele. Ele segurou minha mão e me guiou para um espaço com uns puffs e sofás que estavam vazios e voltou a me beijar quase que descontroladamente.
- Thur, nós estamos em público, mais uma vez, se controla. – eu disse, tentando controlar minha respiração, enquanto Arthur beijava meu pescoço.
- Desculpa, é que é difícil me controlar com você tão perto assim. – ele respondeu.
- Se você quiser, eu vou embora. – eu disse rindo e me levantando.
- Não, nós vamos. – ele disse, pegando minha mão e me levando para a saída.
- Onde você tá me levando? – perguntei curiosa.
- Para um lugar onde eu possa te beijar sem nenhuma restrição. – ele disse seguindo para onde o carro estava. Durante todo o caminho, nós fomos em silêncio e eu sabia muito bem o que viria a seguir se eu não fizesse nada, mas a reação do meu corpo ao toque do Arthur mostrava que também era o que eu queria, ele não desistiu como ele mesmo disse, e eu não resisti como eu mesma já sabia. Estava imersa em meus pensamentos e não me surpreendi quando paramos em frente à casa do Arthur.
- Lua, eu não quero apressar as coisas. – Arthur disse ao parar o carro.
- Você não tá apressando nada, você tá atrasando, Arthur. – eu disse rindo antes de sair do carro e ir andando em direção à casa. Assim que fechou a porta, Arthur me pressionou contra a mesma, revezando beijos em minha boca e meu pescoço.
- Você quer fazer isso aqui? – eu perguntei ofegante.
- Eu acho melhor não. – respondeu Arthur também ofegante. Ele segurou minha mão e me guiou até o segundo andar, entrando na primeira porta do corredor.
- É bom você aproveitar muito bem essa noite, porque ela não vai se repetir. – eu disse o empurrando para a cama e deitando em cima dele.
- Depois dessa noite, eu duvido você conseguir. – ele disse antes de voltar a me beijar.
Capítulo 11
Arthur’s POV on
Uma coisa que me incomoda quando eu estou dormindo é a claridade, e eu sempre esqueço de fechar a merda da cortina, virei para o outro lado para fugir da claridade, tateei a cama e a encontrei vazia. Levantei a cabeça e pude ver Lua terminando de colocar a sandália, se preparando para ir embora.
- Onde você tá indo? – perguntei ainda sonolento.
- Pra casa?
- E ia sair sem falar comigo? – perguntei, sentando na cama.
- Eu achei melhor, já que você não dormiu muito essa noite. – ela disse rindo.
- Isso é verdade. – eu disse rindo também. – Mas eu pensei que a gente tivesse que conversar, sei lá.
- Conversar sobre o que? – ela perguntou confusa.
- Sobre o que aconteceu.
- Ah, sobre isso? Eu acho que nós não temos nada pra conversar sobre isso.
- Não?
- Arthur, nós passamos essa noite juntos, não quer dizer que estejamos namorando ou algo do tipo. Pensei que você estivesse acostumado com isso, digo, você e suas namoradinhas...
- Entendi.
- Algum problema? – ela perguntou. – Tá se sentindo no lugar das suas namoradinhas?
- Vai à merda, Lua. – eu disse levantando da cama.
- Acredite, eu já estou na casa da própria merda. – ela respondeu rindo.
- Você tá muito engraçadinha hoje, a noite foi boa?
- Vai à merda, Arthur.
- Você tem mesmo que ir agora? – eu perguntei a abraçando pela cintura.
- Nem vem, Arthur, eu falei pra você aproveitar bem a noite que iria ser sua única chance.
- Tem certeza? – perguntei beijando seu pescoço. Ela virou seu rosto e me beijou, a deitei na minha cama e quando ia voltar a beijá-la, meu maldito celular tocou.
- Merda! - eu disse baixo. – É rapidinho.
- Alô, Arthur? É a Becky.
- Oi, Becky, tudo bem? - eu respondi sem jeito, olhando para Lua, que já estava de pé ajeitando o cabelo e o vestido.
- Tudo, eu só liguei pra saber se você ainda vai vir me encontrar aqui na Starbucks, é que eu já estou aqui há uns trinta minutos e você não apareceu.
- Ah, Becky, desculpa, eu não posso encontrar você agora. – eu respondi, e vi Lua acenar meio que desesperadamente. – Só um minuto, Becky.
- Você não vai desmarcar com ela. – Lua disse.
- Por que não? Eu estou com você aqui e...
- E eu vou pra casa e você encontrar com ela. – ela disse com um sorriso.
- Mas, Lua... – eu ia dizer.
- Mas nada, Arthur, desliga logo esse telefone e vai tomar um banho pra encontrar a menina. – ela disse já ficando irritada.
- Oi, Becky, se você puder me esperar só mais um pouquinho eu chego aí o mais rápido que puder, eu dormi até mais tarde.
- Tudo bem, eu te espero. Beijos.
- Você é maluca. – eu resmunguei, após desligar o telefone.
- Por quê? – Lua perguntou.
- Você tá aqui comigo e me manda encontrar outra garota.
- Arthur, eu não quero atrapalhar nada, já disse o que significou essa noite.
- Tudo bem, eu já entendi. Não precisa ficar jogando na minha cara que você apenas me usou. – eu disse rindo.
- Arthur, eu vou embora e você vai tomar banho, agora! – ela disse séria.
- Você não vai embora agora, eu vou te levar lá.
- Não precisa, Arthur, eu pego um táxi.
- Claro que precisa e é caminho pra Starbucks. – eu disse, a empurrando até ela sentar na minha cama. – Agora espera cinco minutinhos.
- Você é muito chato! – ela disse. Poucos minutos depois eu voltei devidamente vestido e pronto para sair. Caminhamos até a garagem onde o carro estava, abri a porta para Lua que entrou meio a contragosto.
- Posso colocar um cd?
- Claro, eles estão no porta-luvas. – eu respondi.
- Arthur, o que é isso? – ela perguntou rindo me mostrando um sutiã vermelho.
- Alguma namoradinha minha, como você mesma fala, deve ser meio esquecida. – eu respondi rindo.
- Você não presta!
- E quem presta?
- Verdade, nenhum homem presta. – ela disse suspirando.
- Você teve tantas experiências ruins assim?
- Não, só uma. – ela disse olhando pela janela.
- Foi o Sam?
- Ele foi o meu primeiro e único namorado, Arthur. – ela respondeu.
- E por que vocês terminaram? Você deveria estar casada agora, certo? – eu disse.
- É, eu deveria estar casada. – ela disse olhando para a mão onde deveria estar a aliança. – Mas se eu estivesse não estaria aqui com você.
- Verdade, tudo tem um lado bom, pelo menos pra mim. - eu disse. – Mas você não me respondeu, por que vocês terminaram?
- Eu não gosto de falar sobre isso, desculpa.
- Foi tão ruim assim?
- Você não imagina o quanto. – ela disse, suspirando pesadamente depois. – Mas vamos mudar de assunto, estamos falando muito de mim. Por que você é assim, digo, não tem relacionamentos normais, uma namorada, essas coisas...?
- Eu também não tive boas experiências, Lua. Elas sempre iam embora e eu acabava machucado, então eu desisti.
- Desistiu de?
- Desisti dos relacionamentos. – eu respondi. – É muito mais prático e indolor encontrar uma garota, se divertir durante uma noite e depois encontrar outras e outras e outras...
- Deve ser tão prático, que eu acho que vou seguir seus passos. – ela respondeu.
- Encontrar uma garota por noite? – eu perguntei rindo.
- Não, seu idiota, encontrar alguém com quem eu possa me divertir sem compromisso. – ela respondeu.
- Se você precisar, amigos são para essas coisas. – eu disse rindo.
- Já esperava por isso. – ela disse. – Você pode parar aqui? Quero comprar o jornal.
- Eu vou lá comprar pra você. – eu disse parando e saindo do carro, e voltando um minuto depois.
- Obrigada! – ela disse pegando o jornal e folheando. – Escuta isso: O vocalista e cantor Thur Aguiar da banda McFLY, foi visto ontem acompanhado novamente por sua suposta nova namorada, que descobrimos que se chama Lua Blanco, tem 22 anos e é estudante da Royal Academy Of Music. Eles chegaram e deixaram juntos a festa da Gravadora Island Record. O casal foi visto trocando beijos apaixonados no interior da festa e no estacionamento. Como eles descobriram meu nome?
- Não sei, mas eles sempre conseguem descobrir essas coisas.
- Ótimo.
- Pronto, está entregue. – eu disse, quando chegamos ao seu apartamento minutos depois.
- Obrigada e bom encontro. – ela disse rindo antes de sair do carro.
- É, encontro. – eu murmurei para mim mesmo, ao sair com o carro novamente.
Essa história de “nós dormimos juntos, mas não quer dizer que estamos juntos" não deveria me incomodar, afinal eu mesmo utilizo essa mesma desculpa, isso deveria ter saído da minha cabeça, mas essas palavras ficam martelando: “Arthur, nós passamos essa noite juntos, não quer dizer que estejamos namorando ou algo do tipo. Pensei que você estivesse acostumado com isso, digo, você e suas namoradinhas...". Talvez seja o fato de, pela primeira vez depois de muito tempo, eu estar do outro lado, afinal sou eu que sempre descarto minhas namoradinhas na manhã seguinte, mas eu nunca fico me sentindo mal como estou agora. Tá, eu não imaginava que a Lua teria uma atitude dessas, mas também nunca pensei em ter alguma coisa com ela, afinal ela sempre me rejeitava. Mas só porque ela mudou de idéia de uma hora pra outra, isso não vai sair da minha cabeça? Ela não vai sair da minha cabeça? Que merda! Eu só consigo pensar na nossa noite e nela falando que não iria rolar mais nada. Eu não vou conseguir, eu preciso dos beijos, da pele, eu preciso dela! Meu Deus, eu passei uma noite com ela, uma! Eu só posso estar ficando maluco!
Arthur’s POV off
Eu tirei as sandálias dentro do elevador para não fazer barulho e anunciar a todos a minha chegada, o que foi inútil.
- Luinha, é você? – perguntou Bella, provavelmente da cozinha.
- Sim, sou eu. – respondi me sentando no sofá, o interrogatório começaria ali mesmo. – Estou aqui sentada esperando para contar tudo.
- Que bom. – disse Sophia saindo da cozinha, acompanhada por Mel e Bella – Claro que as outras duas estariam aqui me esperando.
- Ótimo, pelo menos vou contar tudo uma vez só. – eu disse.
- Viu, facilitamos sua vida! – disse Mel sentando ao meu lado no sofá.
- Vamos lá. – eu disse respirando fundo. – Quando começou a tocar Hysteria, eu fui dançar e o Arthur me seguiu, nós começamos a dançar juntos, rolou um clima e nos beijamos. Saímos da pista, acabamos sentados num sofá e de lá nós acabamos deitados numa cama, a dele. – eu disse rindo.
- Nossa. – disse Sophia, sentando do meu outro lado no sofá. – Eu não sei o que dizer.
- Como isso tudo aconteceu assim tão rápido? – perguntou Mel.
- Eu não sei, Melzinha, eu estava dançando, quando percebi já estava na casa dele e eu não pude evitar, agora eu entendo o porquê que as meninas não conseguem não ficar com o Arthur. – eu disse. – Ele se aproximou de mim na hora que a música começou e a partir daquele momento parecia que só existia eu e ele, e como eu disse, foi inevitável.
- E o que vocês vão fazer agora? – perguntou Sophia.
- Nada.
- Nada?
- Nós passamos a noite juntos, só isso. – eu respondi. – Não quer dizer que estamos namorando ou outra coisa, ele faz isso o tempo inteiro, o Matheus também, por que eu não posso?
- Eu acho que estou sonhando. – disse Bella, que tinha ouvido tudo calada até aquele momento. – Pela primeira vez na vida, você faz alguma coisa que eu te falei.
- Você é muito exagerada. – eu disse.
- Exagerada? Você que é lenta. Você já podia ter desfrutado do Arthur há muito mais tempo! – ela disse rindo.
- Tudo bem, tudo bem. Vou almoçar com os meus pais. Eles provavelmente já viram os jornais de ontem e de hoje, e terei outro interrogatório quando chegar lá. – eu disse fazendo careta.
- É, nós também já vimos o jornal de hoje. – disse Mel. – Boa sorte com eles.
- Obrigada, eu vou precisar. – eu disse antes de ir para o meu quarto.